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Memory Remains: Judas Priest – 45 anos de “Sin Alter Sin” e a primeira aparição nas paradas de sucesso

Memory Remains: Judas Priest – 45 anos de “Sin Alter Sin” e a primeira aparição nas paradas de sucesso

8 de abril de 2022


 

 

Em 8 de abril de 1977, o Judas Priest lançava Sin Alter Sin, o terceiro álbum desta que é mais do que uma banda, é uma instituição do Heavy Metal. E nós vamos contar um pouco da história desse play aqui no nosso Memory Remains desta sexta-feira.

Após os dois primeiros álbuns, que são de uma relevância tremenda, mas que não se destacaram em termos de vendas ou nas paradas de sucesso, a banda rompeu com a Gull Records. Sin Alter Sin marca a estreia pela Columbia, isso nos Estados Unidos, uma vez que no Reino Unido, o disco foi distribuído pela CBS. Esse foi o primeiro disco que rendeu notoriedade comercial para o Judas.

Lançado apenas 13 meses após Sad Wings of Destiny, o aniversariante do dia teve o processo de produção e gravação relativamente rápido. A banda se reuniu no Ramport Studios, em Londres, durante os meses de janeiro e fevereiro. O produtor escolhido foi ninguém menos do que Roger Glover, à época, afastado do Deep Purple. O produtor exerceu bastante influência no disco, pois a banda estava disposta a gravar uma versão para Race With the Devil, do The Gun, porém, ele os convenceu a fazer uma versão para Diamond and Rust, da cantora folk estadunidense Joan Baez.

A arte da capa é inspirada no Mausoléu de Alexander Gordon, localizado no cemitério Putney Vale, em Londres, muito bonita por sinal. Este é o único registro com o baterista Simon Phillips, então com 19 anos de idade. Ele não é creditado como membro da banda e sim como músico adicional. Vamos então, sem mais delongas, passear pelas oito faixas que estão presentes no play.

Columbia Records

‘Sinner” é a faixa que abre o play e ela é também a mais longa, com quase sete minutos de extensão. Aqui temos uma música cheia de energia e com um pé no Hard, outro no Heavy, e um refrão bem marcante, além de algumas variações. Aqui nós podemos perceber como as bandas do chamado Glam Metal se inspiraram nos mestres. Em seguida temos o já citado cover da cantora Joan Baez, “Diamonds Rust’. Honestamente eu não conheço a versão original, mas o Judas botou um certo peso nas guitarras e se ninguém disser que se trata de uma música não autoral, todos irão achar que foi escrita pelos próprios músicos. O baterista Simon Phillips se destaca com suas batidas, e em um certo momento, coloca o bumbo duplo para trabalhar, algo inimaginável na versão de Joan Baez.

“Starbreaker” tem ótimos riffs de uma das maiores duplas não só dá NWOBHM, mas do Heavy Metal em geral. Estamos falando de K.K. Dowing e Glen Tipton. Eles deram uma aparência rústica à sonoridade das guitarras, mas que ficou genial. E o solo é ainda mais genial. “Last Rose of Summer” é a faixa número quatro e também a balada do disco, uma música com boas harmonias e bem calma em relação as anteriores.

Se você está no vinil, é hora de virar o lado da grande bolacha porque temos a metade final que se inicia com “Let us Prey/ Call for the Priest” que tem um início que aparenta explorar as vertentes do Prog Metal, mas logo entram os riffs rápidos que nos apresenta o que de melhor a NWOBHM pode ter. É uma das minhas favoritas desse play. O novato Simon Phillips disputa palmo a palmo com a dupla K. k. Dowing e Glen Tipton pelo protagonismo. São mais de seis minutos de adrenalina pura. “Raw Deal” por sua vez devolve o clima Hard Rock ao play, em uma música bem estruturada e com um final épico.

“Here Come the Tears” é densa e melancólica, porém, pesada. As guitarras tem um feeling impressionante. E o que dizer da clássica “Dissident Aggressor”, que foi imortalizada pelo Slayer onze anos depois no álbum “South of Heaven”? Um peso absurdo para a época, riffs escandalosamente maravilhosos e uma performance vocal absurda de linda, com tons desesperados do Metal God, Rob Halford. O final com chave de ouro que o disco merecia.

São 40 minutos de muita qualidade em um disco que seria imortalizado como uma das pérolas do estilo que hoje nós abraçamos e cultuamos. “Sin Alter Sin” marcou a primeira aparição do Judas Priest nas paradas, alcançando o 23° lugar no Reino Unido, a 49ª posição na Suécia, além de ter sido premiado com Disco de Ouro nos Estados Unidos. Em 2001, o álbum foi relançado com a inclusão de duas faixas bônus: o cover para “Race With the Devil”, que havia sido brecada pelo produtor Roger Glover, além de uma versão ao vivo para a música Jawbreaker, executada durante apresentação em Long Beach, na Califórnia, em abril de 1984.

Enfim, um baita disco que celebra seus 45 anos e vai envelhecendo muito bem. Para nossa felicidade, o Judas Priest segue na ativa e mesmo com a pausa da banda para ele Rob Halford possa se recuperar de.uma gripe, fica saio o nosso desejo para que a banda tenha uma linha vida e siga nos brindando com ótimos álbuns. Hoje é dia de celebrar esse play, tocando com o volume no talo.

Sin Alter Sin – Judas Priest

Data de lançamento – 08/04/1977

Gravadoras – CBS/ Colunba

Faixas:

01 – Sinner

02 – Diamonds and Rust

03 – Starbreaker

04 – Last Rose of Summer

05 – Let us Prey/ Call for the Priest

06 – Raw Deal

07 – Here Come the Tears

08 – Dissident Aggressor

 

Formação:

Rob Halford – Vocal

K. K. Dowing – guitarra

Glen Tipton – guitarra

Ian Hill – baixo

Simon Phillips – bateria

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