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Memory Remains: Krisiun – 20 anos de “Ageless Venomous” e a consolidação cada vez maior como uma referência na música extrema

Memory Remains: Krisiun – 20 anos de “Ageless Venomous” e a consolidação cada vez maior como uma referência na música extrema

7 de agosto de 2021


Em 7 de agosto, há exatos 20 anos, os gaúchos do Krisiun lançava o quarto álbum de sua gloriosa carreira; “Ageless Venomous” é o assunto do nosso Memory Remains deste sábado.

Era o segundo full-lenght pela Century Media, selo com o qual os irmãos mantém contrato até os dias atuais. A banda estava em um período bastante intenso em termos de lançamentos: um ano antes, “Conquerors of Armaggedon“, marcava a estreia pela Century Media. No mesmo ano, o selo promoveria um split com a extinta banda novaiorquina Scar Culture. Esse lançamento se deu através das saudosas fitas cassetes.

O trio se juntou ao produtor Tchelo Martins, com quem a banda não trabalhava desde o EP “Umerciful Order” (1994) e que no período longe do Krisiun, havia trabalhado com Dorsal Atlântica, Symbols e Funeratus, por exemplo. Eles foram ao Creative Sound Studios, em São Paulo, onde ficaram trancafiados durante os meses de março e abril de 2001 e saíram de lá com esse petardo. Vamos então sem mais delongas, dissertar sobre as dez faixas que compõem o aniversariante do dia.

Perpetuation” abre o play e é a faixa mais longa dentre todas, com seus seis minutos, sendo quase três somente de introdução e mostra uma banda rápida, feroz, técnica e agressiva ao extremo, além de um belo solo e executado pelo magistral guitarrista Moyses Kolesne.

Dawn of Flagellation” dá continuidade ao massacre sonoro, com ótimos riffs e Max Kolesne justificando o porquê de ser o baterista mais rápido da cena. A faixa título chega e o protagonismo é por conta de Max Kolesne e seu bumbo duplo imparável. Moyses não fica atrás com seus riffs hipnotizantes e ao mesmo tempo agonizantes.

Em “Evil Gods Havoc“, os caras estão longe de dar uma trégua. Tudo continua rápido, pesado, extremo e letal. “Eyes of Eternal Scourge” vem a seguir e a sensação que temos é de escutar a trilha sonora do fim do mundo, tudo soa muito caótico aqui e isso é ótimo. E assim se foi a metade do álbum e quase não nos demos conta disso, de tão empolgante que “Ageless Venomous” é.

Saviour’s Blood” abre a metade final do play e tudo continua do jeito que começou: caos, caos e mais caos em uma música brutal e veloz e acompanhada de um solo muito bem executado. “Serpents Spectres” é a primeira das duas faixas instrumentais que fazem parte da bolacha e essa música é tipicamente uma faixa do Krisiun, só que sem os vocais do competente Alex Camargo, que aqui se concentra só no baixo. São quase seis minutos de muita complexidade nos instrumentos.

Ravenous Hordes” abre a trinca final do play, é curta como uma canção Punk Rock e rápida e agressiva como uma música do Krisiun. Esse música no moshpit, a pessoa sai no mínimo com um braço roxo. Alex Camargo pouco canta aqui. “Diableros” é a segunda instrumental do play e é ainda mais curta: são menos de dois minutos e mostra um Moyses Kolesne endiabrado no violão, fazendo o que podemos chamar de Death Metal acústico, tendo Max acompanhando em algumas batidas.

Sepulcral Oath” é o capítulo final da obra e conta com riffs matadores. Difícil escolher qual o melhor riff dentre todos que estão neste “Ageless Venomous“, mas eu fico com os desta última faixa, eles realmente são excepcionais.

42 minutos que passaram na velocidade das músicas do Krisiun. O leitor há de me perdoar pela redundância, mas os caras são diferenciados exatamente por conseguirem fazer uma música tão rápida e ainda assim complexa. Se trata de um discaço e marcava o início da progressão da banda, que mais tarde lançaria discos ainda mais brutais e melhorando , tal como o vinho, que fica mais saboroso a medida que envelhece.

Assim é “Ageless Venomous“, que envelhece muito bem. E o Krisiun vai se mantendo forte, mostrando que não é só na sonoridade que os irmãos são firmes, mas também na postura antifascista. Eles são inteligentes e sabem que a essência do Rock é não compactuar com governantes autoritários, principalmente como os do atual mandatário em terras tupiniquins, o cara que acha que é um aiatolá e não presidente e ainda se acha no direito de ameaçar as eleições do próximo ano e nisso os caras são exemplo em questionar atitudes que passam longe da democracia.

Nos resta esperar para que a população possa se imunizar o quanto antes, que esse vírus seja controlado o quanto antes, para que possamos ver os mestres da música extrema em ação novamente. Se o Sepultura é a banda que abriu o caminho para os demais brasileiros e se o Angra mostrou a versatilidade do Heavy Metal combinado com a música erudita e a brasilidade, o Krisiun é a maior banda de Metal extremo dessas terras onde reinam músicas de gosto mais que duvidoso. Azar o dessas pessoas que não conhecem esse Power-Trio fantástico. Longa vida ao Krisiun, essa banda qie nos orgulha por ser brasileira e o orgulho só é maior por saber que eles não compactuam com esse governo genocida que carrega a responsabilidade pela morte de mais de 500 mil vidas.

Ageless Venomous – Krisiun
Data de lançamento – 07/08/2001
Gravadora – Century Média

Faixas:
01 – Perpetuation
02 – Dawn of Flagellation
03 – Ageless Venomous
04 – Evils Gods Havoc
05 – Eyes of Eternal Scourge
06 – Saviour’s Blood
07 – Serpents Spectres
08 – Ravenous Hordes
09 – Diableros
10 – Sepulcral Oath

Formação:
Alex Camargo – baixo/ vocal
Moyses Kolesne – guitarra
Max Kolesne – bateria