Há 41 anos, em 7 de setembro de 1984, o Mercyful Fate lançava “Don’t Break the Oath“, o segundo álbum desta maravilhosa banda dinamarquesa e que é assunto do nosso Memory Remains deste feriado de independência do Brasil, independência essa que alguns querem que o Brasil não tenha.
Apenas 7 meses depois da estreia apoteótica com “Melissa“, e de alguns shows pela Dinamarca, o Mercyful Fate estava de volta ao estúdio para gravar o sucessor. E sem mudanças no lineup, a banda adentrou ao Easy Sound Recording, em Copenhague, durante o mês de maio de 1984, novamente na companhia do produtor Henrik Lund.
“Don’t Break the Oath” é um dos discos mais aclamados do Mercyful Fate, e seu conteúdo lírico, voltado a temas como ocultismo e satanismo, serviu de influência para as bandas de Black Metal da Noruega, que surgiram logo depois. King Diamond estava interessado em abordar o satanismo filosófico, fundado por Anton Szandor LaVey no ano de 1966, onde o criador acreditava que Satanás era um arquétipo e não uma entidade ligada às trevas. Essa ideologia foi influenciada por Aleister Crowley.
Já a parte musical é influenciada pelo Heavy Metal tradicional, sobretudo a NWOBHM, mas com diversas mudanças no andamento das canções. O álbum tem 9 músicas em 47 minutos. Os grandes destaques do álbum ficam por conta de músicas como “A Dangerous Meeting“, “Nightnare“, “The Oath“, “Gypsy” e “Come to the Sabbath“. Os vocais em falsete de King Diamond são também dignos de elogios, pois ele usa sua performance teatral de maneira brilhante.
Em 1997, a Roadrunner relançou o álbum, que veio com uma faixa bônus: uma versão demo para “Death Kiss“. A curiosidade é que essa faixa serviu como um esboço para o que viria a se tornar a música que abre o álbum, a clássica “A Dangerous Meeting“.
Somente no ano de 2020 que nosso aniversariante do dia figurou em alguma parada de sucesso: naquele ano, o disco alcançou a posição de número 66 nos charts alemães. O site alemão Metal Rules elegeu “Don’t Break the Oath” como o maior álbum de Metal Extremo de todos os tempos.
A banda caiu na estrada, mas durante a turnê pelos Estados Unidos, divergências musicais entre King Diamond e Hank Shermann começaram a se tornar mais explícitos e durante a participação da banda no Christmas Metal Meeting, na Alemanha, resultando na separação da banda, justo no momento em que eles começavam a se tornar mais notórios. King Diamond não perdeu tempo e montou sua banda, mas levando consigo Michael Denner e Timi Grabber Hansen. Foram nove anos de hiato, com idas e vindas durante a década de 1990, inclusive com uma pequena turnê pelo Brasil, que incluiu a icônica apresentação no Monsters of Rock do Brasil no ano de 1996.
Embora a banda não lance álbuns desde 1999, eles permanecem na ativa. Eles estiveram no Brasil em 2024, durante a segunda edição do festival que um dia se chamou “Summer Breeze” e não se esqueceram de “Don’t Break the Oath“, que contou com três canções presentes no setlist: “The Oath“, “A Dangerous Meeting” e “Come to Sabbath“. Hoje é dia de celebrar esse clássico atemporal do Heavy Metal, colocando o play para tocar no volume máximo enquanto desejamos uma longa vida ao Mercyful Fate.
Don’t Break the Oath – Mercyful Fate
Data de lançamento – 07/09/1984
Gravadora – Roadrunner
Faixas:
01 – A Dangerous Meeting
02 – Nightmare
03 – Desecration of Souls
04 – Night of the Unborn
05 – The Oath
06 – Gypsy
07 – Welcome Princess of Hell
08 – To One Far Away
09 – Come to the Sabbath
Formação:
King Diamond – vocal
Hank Shermann – guitarra
Michael Denner – guitarra
Timi “Grabber” Hansen – baixo
Kim Ruzz – bateria