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Memory Remains: Motörhead – 42 anos de “Bomber”, um clássico do Rock ‘n’ Roll

Memory Remains: Motörhead – 42 anos de “Bomber”, um clássico do Rock ‘n’ Roll

27 de outubro de 2021


Em 27 de outubro de 1979, este redator que vos escreve tinha dias de vida e o Motörhead lançava o seu terceiro álbum de estúdio. O Memory Remains desta quarta-feira vai celebrar “Bomber“, disco necessário na coleção de todo headbanger que se preze.

A banda havia lançado o antecessor, o igualmente clássico “Overkill“, sete meses antes. E o sucesso alcançado com este fora gigantesco. Mas a banda se juntou novamente ao produtor Jimmy Miller e o trio retornou ao “Roundhouse Studios“, desta vez gravando também o “Olympic Studios“, ambos em Londres. E saíram com esta pérola, que fora lançada por duas gravadoras: “Bronze” e “Mercury“.

Botando a bolacha para rolar, temos a abertura com “Dead Men Tell no Tales“, que traz o Motörhead do jeito que ele é: Rock and Roll, sem outros rótulos adicionais. A voz inconfundível de Lemmy, o solo maravilhoso de Fast Eddie Clarke são os destaques deste sonzão. “Lawman” é mais um blues pesado, muito interessante em que o baixo de Lemmy ajuda a encorpar o som do Motörhead. As viradas de Phill Taylor são os destaques aqui.

Sweet Revenge” é um som bem atmosférico, um rockão setentista com um andamento bem arrastado, para ninguém botar defeito. E tome mais Rock and Roll com “Sharpshooter“, uma música simples, mas animada. O bom do Motörhead é isso: os caras não precisam ser virtuosos: eles apenas usam e abusam da energia do Rock e fazem um som visceral. “Poison” chega com seu psicodelismo e seus riffs crus, nos proporcionando uma sensação única que é escutar a banda do Deus Lemmy.

Stone Dead Forever” é um sonzaço que eu conheci através do Metallica, quando o quarteto de San Francisco lançou do CD “Garage Inc.“, lá nos anos 1990, naquela tentativa da banda de limpar a barra com os fãs depois da vergonha alheia que foi “Reload“. Mas aqui o que importa é a sonoridade punk do Motörhead, uma das músicas mais fantásticas da carreira dos caras.

All the Aces” é outra faixa típica do Motörhead: mais riffs crus, batidas retas e a velha distorção no baixo de Lemmy e pronto, eis a fórmula de sucesso dos caras. Isso é sensacional. “Step Down” traz de volta os elementos mais bluesy em uma música interessante. Aqui excepcionalmente quem canta é o guitarrista Eddie Clarke, dando a impressão de que tem um “elemento estranho” em um disco do Motörhead. Mas não, não ficou ruim. Ao contrário.

O velho Rock and Roll empolgante volta com “Talking Head“. Que sonzeira que esse trio proporciona aqui. A faixa título encerra de maneira apoteótica um álbum curto, cru, mas brilhante. Essa energia que “Bomber” nos emana é sem igual. Isso é música pra você ouvir ao acordar e não ter razões para não ter um bom dia. É surreal.

E assim, após dez petardos, temos o final em pouco mais de 36 minutos de um disco que entrou para a história como mais um dos clássicos desta banda que é igualmente clássica. Um álbum quarentão que envelhece bem a cada ano que passa. “Bomber” foi bem recebido pelo público e crítica e figura entre os melhores plays da carreira da banda do imortal Lemmy Kilmister.

O aniversariante do dia chegou a honrosa 12ª posição nos charts do Reino Unido, além de ter sido certificado com Disco de Prata no mesmo Reino Unido, por ter vendido cerca de 60 mil cópias. Considerando que o Motörhead nunca foi uma banda que vendesse muitos álbuns, e Lemmy mesmo admitiu anos mais tarde que ele ganhou mais dinheiro quando Ozzy lhe pagou para escrever algumas letras que entraram no álbum  “No More Tears” do que com as vendas e turnês que o Motörhead lhe rendeu, podemos então considerar um feito e tanto essa premiação.

E é um disco que aumenta ainda mais o sentido da frase que eu sempre digo: “Eu ouço gente morta!” Sim, porque os mortos ainda continuam com um som de muito mais qualidade do que a maioria dos vivos por ai. No caso de Lemmy, um gênio como tantos outros que já nos deixaram e fizeram história com um belo legado,

Bomber – Motörhead
Data de lançamento – 27/10/1979
Gravadora – Bronze Records

Faixas:
01 – Dead Men Tell no Tales
02 – Lawman
03 – Sweet Revenge
04 – Sharpshooter
05 – Poison
06 – Stone Dead Forever
07 – All the Aces
08 – Step Down
09 – Talking Head
10 – Bomber

Formação:
Lemmy Killmster – Baixo/Vocal
Fast Eddie Clarke – Guitarra/Vocal na faixa “Step Down“
Phill Taylor – Bateria