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Memory Remains: Motörhead – 42 anos de “On Parole”, o primeiro registro oficial e supostamente lançado sem a autorização de Lemmy

Memory Remains: Motörhead – 42 anos de “On Parole”, o primeiro registro oficial e supostamente lançado sem a autorização de Lemmy

8 de dezembro de 2021


Em 8 de dezembro de 1979, quando este redator tinha apenas dois anos de vida,era lançado “On Parole“. Oficialmente, é o quarto álbum da discografia da banda de Lemmy, mas na prática, ele é o primeiro. O Memory Remains desta quarta-feira vai te explicar isso, venha comigo, no caminho eu te explico.

Esse álbum foi gravado em setembro de 1975, porém, lançado somente em 1979, ano em que o Motörhead lançou nada menos que os clássicos “Overkill” e “Bomber“, o primeiro em março e o segundo em outubro daquele ano. A razão para a demora no lançamento foi o fato de o selo ter se recusado a lançar o play, que ficou guardado e lançado para surfar no sucesso destes dois álbuns lançados neste ano de 1979.

Em “On Parole“, temos um Motörhead com uma formação um pouco diferente: em 1979, já tínhamos a formação clássica com Lemmy, PhilAnimalTaylor e “FastEddie Clarke, porém, quem gravou as guitarras aqui foi um sujeito chamado Larry Walls, que cantou em duas faixas, “Vibrator” e “Fools“. A banda nunca admitiu que “On Parole” era o álbum de estreia. Lemmy sempre dizia que o debut é o álbum “Motörhead“, de 1977 e aparentemente, o disco foi lançado sem a permissão da banda (leia-se Lemmy Kilmister). Quatro das músicas presentes aqui figuram no debut oficial: “Motörhead“, “Vibrator“, “Lost Johnny” e “Iron Horse/ Born to Lose“.

O trio adentrou ao Rockfield Studios, no País de Gales, tendo Fritz Fryer assinando a produção. Lemmy trouxe três canções de sua antiga banda, o Hawkwind, sendo que o total de covers é cinco, entre nove canções que entraram no álbum. Vamos então sem mais delongas viajar por essas músicas.

Motörhead“, a faixa que abre o play e que acabou dando o nome à banda de Lemmy, abre o play. E apesar de mal gravada, já mostrava um esboço do que a banda seria capaz de fazer. A faixa título é autoral e em nada lembra a sonoridade que iria caracterizar a banda, mas ainda assim, trata-se de uma boa música, inspirada em alguns momentos no Rock Progressivo, com destaque para algumas boas viradas de PhilAnimalTaylor.

Vibrator” é a faixa número três e tem no vocal o guitarrista Larry Walls. Até que o cara não faz feio, mas é de se estranhar uma música do Motörhead que não seja cantada por Lemmy. A música em si é boa, com uma pegada mais Punk setentista e bem agradável. Temos “Iron Horse/ Born to Lose” que é um blues super agradável. O melhor momento do play, sem sombra de dúvidas, onde temos um Larry Walls pra lá de inspirado em sua bateria.

Allan Ballard

Virando o lado da grande bolacha de vinil, temos “City Kids“, que é um cover do Pink Fairies e é uma música bem legal, um tanto quanto alegre para os padrões do Motörhead. “Fools” é a última música autoral do álbum e é a segunda música cantada pelo guitarrista Larry Walls. Musicalmente, ela segue em uma pegada mais Progressiva, bem viajante, e legal.

As próximas três faixas são covers: “The Watcher” é bem psicodélica e é nais uma versão do Hawkwind; “Leaving Here” é um clássico de Eddie Holland e que ficou famosa pela versão que o Pearl Jam fez nos anos 1990. Particularmente, a versão da banda de Eddie Vedder ficou melhor, mas o Motörhead não fez feio não. A música ajuda. E “Lost Johnny”, em outra versão para a música do Hawkwind, encerra a bolacha com um Rock Clássico. A curiosidade aqui é que essa faixa é a única que não teve a bateria gravada por PhilAnimalTaylor. Lucas Fox fez o registro.

Em 36 minutos temos um bom disco, porém, bem diferente da sonoridade que estávamos nos acostumando à época com o bom e velho Motörhead. Vale como item de colecionador e para quem valoriza Lemmy Kilmister, cuja história se confunde com a própria história do Rock. O álbum alcançou o 31° lugar nos charts da Hungria. O melhor ainda estava por vir, a banda iria lançar seu maior clássico, “Ace of Spades“, mas esse álbum será assunto em outra oportunidade.

Hoje é dia de celebrar esse registro, com ou sem autorização de Lemmy, é um lançamento histórico, o marco zero dessa que é uma das bandas que melhor representou o Rock. Que melhor trafegou por vertentes como o Rock Clássico, o Punk e o Metal, sendo aceita por todos. E por isso o Motörhead merece ser celebrado todos os dias. Esse rico legado precisa ser tratado com carinho e nós estamos fazendo a nossa parte.

On Parole – Motörhead
Data de lançamento – 08/12/1979
Gravadora – United Artist Records

Faixas:
01 – Motörhead
02 – On Parole
03 – Vibrator
04 – Iron Horse/ Born to Lose
05 – City Kids
06 – Fools
07 – The Watcher
08 – Leaving Here
09 – Lost Johnny

Formação:
Lemmy Kilmister – baixo/ vocal
Larry Walls – guitarra/ vocal em Vibrator e Fools
Phil “Animal” Taylor – bateria (exceto em Lost Johnny)
Lucas Fox – bateria em Lost Johnny