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Memory Remains: Obituary – 24 anos de “Back From the Dead” e a maturidade musical antes da separação

Memory Remains: Obituary – 24 anos de “Back From the Dead” e a maturidade musical antes da separação

22 de março de 2021


Nesta segunda-feira, 22, o quinto álbum de estúdio do Obituary, “Back From the Dead”, completa 22 anos de existência, que também tem espaço no Memory Remains. E se nos discos anteriores encontramos algumas das músicas clássicas deste quarteto da Flórida, é aqui que podemos dizer que a banda encontrou a sua maturidade musical. O fã old-school vai querer me bater ou até mesmo me xingar nos comentários, não estou desmerecendo as obras anteriores dos caras, mas aqui temos, em minha opinião, o melhor disco da banda como um todo: composições, produção, tudo aqui é caprichado e por isso, ele se faz merecedor de uma crônica pelo seu aniversário.

Com Jamie Locke na produção e a própria banda coproduzindo, eles foram ao “Criteria Recording Studios“, em Miami para gravar o sucessor do não menos excelente “World Demise” foi lançado pela Roadrunner Records. Vamos fazer a já tradicional descrição, faixa a faixa desta bolacha.

Temos o início fenomenal com a faixa mais puxada para o Thrash Metal, “Threating Skies“. Bem curtinha, mas que cumpre muitíssimo bem o seu papel. Linda. Essa é obrigatória ao vivo e levanta até defunto na roda. “By the Light” é em minha opinião, a melhor música da carreira da banda (N. do R: empatada com “Bloodsoaked” e “Find the Arise“). Ela é pesada, densa, bem tocada, maravilhosa. Outra música obrigatória ao vivo.

Inverted” tem ótimos riffs na sua intro, é bem raivosa, ganhando velocidade e com destaque para o solo fantástico de Alan West. “Platonic Disease” não é tão rápida, mas é maravilhosa, onde os irmãos Tardy dão um show à parte: Donald na bateria, precisa e com bumbos duplos bem executados; e John com seu vocal inconfundível.

Download” foi a primeira música que conheci do Obituary que não pertence ao álbum “World Demise“. Explico: o disco anterior do aniversariante do dia foi o primeiro que eu tive acesso e logo depois eu peguei o “Dead” e essa é a música que abre o disco ao vivo, da qual eu me encantei logo de cara. A sua intro e primeira estrofes bem arrastadas contrastando com a velocidade que a música ganha, indo assim, rápida até quase o final, quando ela volta a ser bem “slowly”, faz dela uma das minhas favoritas da carreira da banda. Uma pena que nos últimos shows dos caras que eu fui, ela não fora executada.

Divulgação

Rewind” chega com um andamento mais lento em relação a faixa anterior, mas ainda assim, mantendo a qualidade da bolacha lá em cima. Outra vez destaco Donald Tardy e seu bumbo duplo arrebentando tudo. “Feed on the Weak” tem o andamento ainda mais arrastado do que a música anterior, mas esta ainda é melhor, por ser mais densa, dá aquele clima de estar assistindo um filme de terror. E o solo de Alan West com certeza é o melhor que ele já fez tocando no “Bitu”.

Lockdown”, palavra que está na moda por conta deste maldito vírus que mata milhares de pessoas diariamente, aqui é título da música, que é mais rápida que anteriores, porém, com mudanças de andamento no meio. E é uma das que mais me agradam neste disco. Os riffs bem simples de mr. Trevor Perez, combinados com o solo bem interessante de Alan West e as viradas fenomenais de Donald Tardy dão a essa música qualidades que beiram a perfeição. Quando eu digo que Perez tem riffs simples, isso não soa pejorativo, pois se ele não é um virtuoso, ele compensa isso muito bem tendo uma mão direita muito pesada e sabe fazer riffs como poucos na cena.

Pressure Point” é tão arrastada quanto algumas das faixas do disco antecessor, “World Demise”. Muito boa também. Peso e densidade tomam conta desta música e mais uma vez o show é por conta de Donald Tardy. Trabalho magnifico fez o batera neste disco. “Back From the Dead“, a faixa título é linda. Arrastadona também, flertando com o Doom Metal. Ela é pesada, densa, sombria, cheia de melancolia, traz um pouco do clima do álbum anterior, “World Demise”,

O final se dá com “Bullituary (Remix)“, que nada mais é do que uma versão rap da música “By the Light”, com letra dos rappers Skinner T e Diablo D, do The Bully Boys. Não gosto de rap, mas quando este tipo de vocal tem acompanhamento de riffs pesados de guitarra, fica excelente. E confesso que ficou muito boa essa versão. E no final, John Tardy entra com os vocais e letra originais da música, intercalando com os rappers. Encerrando de maneira sensacional essa bolacha.

Em menos de 39 minutos, essa é a obra que eu elejo como a melhor do Obituary. Após este lançamento, a banda fez uma turnê, que resultou no álbum ao vivo, o já citado “Dead” e logo depois, a banda se separou por longos 7 anos, deixando fãs órfãos por este período. Quando eu conheci a banda, ela estava separada, isso se deu no ano de 2000. Mas me tornei fã, fui buscando os discos, na torcida para que eles pudessem voltar a ativa. Felizmente eles voltaram e eu tive a oportunidade de assistir a duas apresentações dos caras: uma em 2014, mas nesta eles tocaram apenas músicas dos três primeiros lançamentos. Já em 2017, eu fui agraciado com a execução das duas primeiras faixas deste disco maravilhoso. E aqui estamos fazendo uma justa homenagem para este álbum que fica ainda melhor a medida que envelhece.

Essa é outra banda pela qual nós estamos na expectativa de ver com novos lançamentos e fazendo shows ao redor do mundo, com uma energia pouco vista na cena. Que venha logo a vacina e que esse vírus seja controlado. Precisamos da volta a normalidade em nossas vidas e as bandas que cultuamos faz parte disso.

Back From the Dead – Obituary

Data de lançamento – 22/03/1997

Gravadora – Roadrunner

Faixas:

01 – Threating Skies

02 – By the Light

03 – Inverted

04 – Platonic Disease

05 – Download

06 – Rewind

07 – Feed on the Weak

08 – Lockdown

09 – Pressure Point

10 – Back From the Dead

11 – Bullituary (Remix)

Formação:

John Tardy – Vocal

Alan West – Guitarra Solo

Trevor Perez – Guitarra base

Frank Watkins – Baixo

Donald Tardy – Bateria