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Memory Remains: Queen – 45 anos de “A Day at the Races” e a junção quase perfeita do Rock com a música clássica

Memory Remains: Queen – 45 anos de “A Day at the Races” e a junção quase perfeita do Rock com a música clássica

10 de dezembro de 2021


Há 45 anos, o Queen lançava A Day at the Races, o quinto álbum de sua rica discografia e que é assunto do nosso Memory Remains desta sexta-feira de primavera.

A banda vinha do excelente e multiplatinado A Night at the Opera e tal qual seu antecessor, o aniversariante do dia recebeu seu título baseado em um filme dos irmãos Marx. A Day at the Races foi o primeiro disco produzido pela própria banda, consequentemente, foi o primeiro sem o produtor Roy Thomas Baker. Mike Stone foi o responsável pela mixagem. Foram três os estúdios utilizados para a gravação do aniversariante do dia: “The Manor“, “Sarm East Studios” e também no “Wessex Studios“, todos na Inglaterra. Vamos comentar sobre as dez faixas que estão presentes aqui.

Tie Your Mother Down” abre o disco e tem uma introdução longa e chata, mas felizmente a música desfaz essa impressão inicial ao se desenvolver, com um Hard Rock bem empolgante e um refrão grudento. Essa faixa foi composta por Brian May quando este estava em Tenerife trabalhando no seu PhD em Astronomia. “You Take my Breath Away” é uma bela canção onde temos Freddie Mercury brilhando com sua voz e tocando seu piano em uma música repleta de harmonias.

Long Away” é a faixa número três e ela tem um clima bem Classic Rock, com destaque para um belo solo de guitarra de Brian May, que também canta aqui. “The Millionarie” traz um pouco das influências de música clássica, sobretudo pela performance de Freddie Mercury no seu piano, desta vez não completamente sozinho, pois o restante da banda surge no meio da música para um breve trecho épico. E Brian May novamente nos brinda com outra performance sensacional em seu solo.

You and I” mescla o bom e velho Rock and Roll com música clássica e é um bom momento do álbum, que marca a única contribuição de Jon Deacon para o álbum. Hora de virar a bolacha, caso você esteja no vinil e a sequência se dá com o principal hit do disco, a linda e preciosa “Somebody to Love“, onde o piano de Freddie Mercury domina novamente as ações, com o restante da banda acompanhando e ajudando a música a ter o brilho que ela merece ter. Outra vez, Brian May traz um solo inspirado, um dos melhores de toda a sua carreira. Freddie Mercury se inspirou na música gospel para escrevê-la e eles utilizaram vários canais para reproduzir um coro equivalente a 100 vozes. A faixa alcançou a segunda posição nas paradas britânicas.

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White Man” é a música mais pesada do disco e traz um Queen com uma sonoridade bem zeppeliana e a viagem dos caras nessa música é fascinante, tal como a letra que fala do sofrimento dos ameríndios causado pelos europeus colonizadores. “Good Old-Fashioned Lover Boy” é a mais curtinha do play, com menos de três minutos e novamente o piano é o instrumento dominante, em uma música bem agradável. “Drowse” é bem Southern e de novo mostra que o quarteto bebeu na fonte de Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e John Bonham. Essa é uma composição de Roger Taylor, a única dele no álbum, que toca guitarra e canta aqui.

O ato final se dá com “Teo Torriatte (Let us Cling Togheter)”, uma agradável canção guiada pelo piano de Freddie Mercury e que vai ganhando contornos épicos do meio para o final. E em 44 minutos temos um álbum que se não beira a perfeição como o antecessor, mas tem seus bons momentos e é um álbum onde temos a marcante presença de música clássica, o que elevou o Queen a outro patamar.

A Day at the Races” estreou no primeiro lugar nas paradas britânicas, posição repetida no Japão e na Holanda. Ficou em 3° na Noruega, 4° no Canadá, 5° na Billboard 200, 8° na Áustria e na Suécia, 10° na Alemanha Oriental e 11° na Nova Zelândia. Foi certificado com Disco de Ouro na Alemanha e no Reino Unido e Platina na Polônia, Estados Unidos e no Canadá.

Em 2006, o álbum ficou em 67° em um votação realizada pela “BBC” para eleger os melhores álbuns da história. A “Guiness” realizou uma eleição no mesmo ano para escolher os 100 melhores discos de todos os tempos e o aniversariante do dia ficou em 87° lugar. A “Metal Hammer” classificou a obra entre as 20 melhores do ano de 1976. São conquistas que impressionam.

Temos o Queen, essa banda maravilhosa e que nunca decepcionou com seus discos. Esse é o legado que precisa ser conservado e celebrado todos os dias durante a eternidade. Freddie Mercury, cuja morte completou 30 anos recentemente, e que faz uma tremenda falta, certamente estará feliz, onde quer que esteja. Celebremos os 45 anos deste belo disco.

A Day at the Races – Queen
Data de lançamento – 10/12/1976
Gravadora – EMI

Faixas:
01 – Tie Your Mother Down
02 – You Take my Breath Away
03 – Long Away
04 – The Millionarie Waltz
05 – You and I
06 – Somebody to Love
07 – White Man
08 – Good Old-Fashioned Lover Boy
09 – Drowse
10 – Teo Torriatte (Let us Cling Togheter)

Formação:
Freddie Mercury – vocal/ piano/ backing vocal
Brian May – guitarra/ slide guitar/ vocal em Long Away/ backing vocal
John Deacon – baixo/ violão em You and I
Roger Taylor – bateria/ percussão/ vocal e guitarra em Drowse/ gongo