hbNews

Memory Remains: Six Feet Under – 23 anos de “Maximum Violence” e o início da obsessão de Chris Barnes pelos covers

Memory Remains: Six Feet Under – 23 anos de “Maximum Violence” e o início da obsessão de Chris Barnes pelos covers

13 de julho de 2022


 

O dia 13 de julho é conhecido no Brasil por ser “o dia mundial do Rock”, uma data arbitrária, já que o restante do mundo ignora tal comemoração. Nós até escrevemos um artigo explicando o motivo e caso você queira saber, basta clicar AQUI. Porém, o Memory Remains de hoje vai tratar de “Maximum Violence“, o terceiro álbum do Six Feet Under, lançado em 13 de julho de 1999. O projeto que Chris Barnes iniciou após sair do Cannibal Corpse ganhava corpo e notoriedade, além de começar a mostrar a incrível obsessão de seu líder pelos covers. Vamos contar um pouco da história deste play, venha conosco.

Este álbum pode ser definido como um retorno de Chris Barnes às origens, no que tange à temática das letras encontradas aqui, com teor violento. E é de causar surpresa para quem saiu de sua antiga banda alegando que não queria mais cantar sobre tais temas.

A banda vinha de dois excelentes discos: “Haunted” (1995) e “Warpath” (1997), e a expectativa dos fãs era muito grande em relação ao novo lançamento. Eles ainda não eram adeptos dos discos de covers, mas aqui já podemos ter uma breve amostra do que a banda iria fazer futuramente, os seus constantes álbuns em homenagem às bandas clássicas. Em “Maximum Violence” temos três homenagens: Kiss, Iron Maiden e Thin Lizzy foram os escolhidos por Chris Barnes. Isso não era nada, tendo em vista que eles lançaram no futuro alguns álbuns de cover.

Com uma sutil mudança na formação, o guitarrista Allen West deu lugar a Steve Swanson, o quarteto foi para o “Criteria Studios”, em Miami para gravar este petardo. Brian Slagel, o todo poderoso da Metal Blade Records. As sessões de gravação foram de 15 de fevereiro a 16 de março de 1999. A arte da capa é assinada pelo tatuador Paul Booth.

Vamos colocar a bolacha para rolar e destrinchar cada uma das 13 faixas deste disco. O redator que vos escreve está com a versão em digipack, na qual temos as últimas faixas como bônus, no caso, os covers. A faixa de abertura, “Feasting on the Blood of the Insane” começa com riffs sombrios, mas logo que a música começa a se desenvolver, o andamento fica mais rápido, fazendo a faixa mais interessante. Esse é um dos clássicos da banda.

Bonesaw” é rápida, crua, brutal, ideal para um belo moshpit. O solo bem sujo aqui caiu muito bem. Logo depois, uma das minhas faixas favoritas chegou e ela atende pelo nome de “Victim of the Paranoid“, uma música agressiva, não tão rápida quanto a anterior, mas tem uma pegada interessante.

Short Cut to Hell” é arrastadona durante boa parte de sua extensão, com breves inserções de partes rápidas, mas muita brutalidade nas partes cadenciadas. Já “No Warning Shot” é muito brutal, rápida e ao mesmo tempo grosseira, vamos assim dizer. A fórmula funciona e até o momento o álbum é só motivo para elogios.

Chegou a hora de a banda inserir um cover no play. E o momento veio com a versão Death Metal para “War Machine”, do Kiss. E querem saber a minha opinião? Ficou melhor do que o original. Essa opinião talvez tenha sido um tanto quanto parcial, já que a banda de Gene Simmons e Paul Stanley passa longe de figurar entre as minhas preferidas, embora eu tenha um respeito enorme pela banda e por tudo que o quarteto mascarado representa para o Rock.

Mass Murder Rampage” é arrastada durante uma boa parte de sua extensão, mas no meio entra aquela parte veloz só para que a galera ao vivo possa abrir aquela roda, mas isso é breve, pois logo os riffs arrastados retornam, enquanto que “Brainwashed” é agressiva ao extremo, variando partes rápidas e arrastadas boa seus breves dois minutos, enquanto que “Torture Killer” é bem arrastada, porém, brutal e com direito a um bom solo.

This Graveyard Earth” mais parece a continuação da faixa anterior, bem arrastada, quase Doom. Os bons riffs de guitarra são os destaques, além de um solo bem elaborado, são os destaques. “Hacked to Pieces” começa com riffs tão bons quanto sombrios e de vez em quando os caras inserem velocidade, para a volta no final dos mesmos riffs da parte inicial.

E esse cara apaixonado por covers que é Mr. Chris Barnes, inseriu mais dois neste play, para fechar: “Wratchild”, do Iron Maiden e “Jailbreak“, clássico do  Thin Lizzy. Ficaram engraçadas com os guturais de Barnes, mas ao mesmo tempo interessante.

Em 44 minutos temos uma audição muito boa, mas que não é recomendado para todos os ouvidos. O Death Metal é um estilo muito brutal e extremo e nem todo mundo consegue assimilar o que as bandas do estilo querem nos passar. Como fã deste estilo, o redator indica e muito e se você conhece pouco ou não conhece o SFU, dê uma oportunidade, pois os caras entendem do riscado.

Maximum Violence” vendeu mais de cem mil cópias no mundo, o que podemos considerar uma façanha, não apenas para o Six Feet Under, mas para o Death Metal em sí, uma vez que o gênero andou em baixa durante os anos 1990, salvo raras exceções. Então estes números alcançados por eles não podem ser subestimados.

Desejamos uma longa vida ao Six Feet Under, banda que segue na ativa, para nossa alegria, superando a pandemia, fazendo shows e lançando bons álbuns, como o poderoso “Nightmares of the Decomposed“, que marcou o reencontro entre Chris Barnes e o guitarrista Jack Owen, 26 anos depois do último registro juntos, que foi no álbum “The Bleeding“, do Cannibal Corpse. Aliás, já está na hora de a banda nos brindar com um novo lançamento.

Maximum Violence – Six Feet Under

Data de lançamento: 13/07/1999

Gravadora: Metal Blade

 

Faixas:

01 – Feasting on the Blood of the Insane

02 – Bonesaw

03 – Victim of the Paranoid

04 – Shot Cut to Hell

05 – No Warning Shot

06 – War Machine

07 – Mass Murder Rampage

08 – Brainwashed

09 – Torture Killer

10 – This Graveyard Earth

11 – Hacked to Pieces

 

Bônus Tracks:

12 – Wratchild

13 – Jailbreak

 

Formação:

Chris Barnes – Vocal

Steve Swanson – Guitarra

Terry Butler – Baixo

Greg Gall – Bateria