Memory Remains

Memory Remains: Six Feet Under – 26 anos de “Maximum Violence” e a estreia de Steve Swanson na guitarra

13 de julho de 2025


Há 26 anos, em 13 de julho de 1999, o Six Feet Under lançava o seu terceiro álbum, “Maximum Violence”. E o Memory Remains deste domingo, dia mundial (comemorado só no Brasil) do Rock, é uma ode a esta obra linda e insana do Death Metal.

Este álbum pode ser definido como um retorno de Chris Barnes às origens, no que tange à temática das letras encontradas aqui, com teor violento. E é de causar surpresa para quem saiu do Cannibal Corpse alegando que não queria mais cantar sobre tais temas, para deleite dos que amam letras com temática Gore, ele estava de volta.

A banda vinha de dois excelentes discos: “Haunted” (1995) e “Warpath” (1997), e a expectativa dos fãs era muito grande em relação ao novo lançamento. Eles ainda não eram adeptos dos discos de covers, mas aqui já podemos ter uma breve amostra do que a banda iria fazer futuramente, os seus constantes álbuns em homenagem às bandas clássicas. E aqui em “Maximum Violence” temos três homenagens: Kiss, Iron Maiden e Thin Lizzy foram os escolhidos por Chris Barnes.

Com uma sutil mudança na formação, o guitarrista Allen West voltou ao Obituary e deu lugar a Steve Swanson, que se manteve na banda até o ano de 2016. O quarteto foi para o “Criteria Studios”, em Miami para gravar este petardo. Brian Slagel, o todo poderoso da Metal Blade records assinou a produção. As sessões de gravação foram de 15 de fevereiro a 16 de março de 1999. A arte da capa é assinada pelo tatuador Paul Booth.

O álbum é um verdadeiro arregaço, em sua versão original, traz onze faixas em 37 minutos, mas existe uma versão lançada pela Sum Records, que conta com duas faixas bônus, que são as versões para “Wratchild” e “Jailbreak“, do Iron Maiden e Thin Lizzy, respectivamente, e essa versão tem um total de 44 minutos. Os destaques ficam por conta das músicas “Feasting on the Blood of the Insane“, “Bonesaw“, “Victim of Paranoid“, “No Warning Shot” e “Brainwashed“.

Vamos dedicar um parágrafo para falar dos três covers que o SFU dedicou aqui no nosso aniversariante do dia. Chris Barnes que iria fazer disso praticamente uma rotina, que começou no álbum anterior, onde a banda fez uma versão para “Death or Glory“, do Holocaust, e mais tarde faria quatro álbuns somente de covers, aqui, como dissemos, ele prestou homenagem ao Kiss, com “War Machine“, além das já citadas “Wratchild” e “Jailbreak“. Sobre a primeira, ficou até melhor do que a original. As outras duas ficaram engraçadas por conta do vocal gutural de Chris Barnes, mas o instrumental não compromete.

Maximum Violence” nos proporciona uma audição muito agradável, mas que não é recomendado para todos os ouvidos. O Death Metal é um estilo muito brutal e extremo e nem todo mundo consegue assimilar o que as bandas do estilo querem nos passar. O guitarrista Steve Swanson fez um bom trabalho em sua estreia, e o trabalho de produção aqui também foi bastante satisfatório.

Maximum Violence” vendeu mais de cem mil cópias no mundo, o que podemos considerar uma façanha, não apenas para o Six Feet Under, mas para o Death Metal em sí, uma vez que o gênero andou em baixa durante os anos 1990, salvo raras exceções. Então estes números alcançados por eles não podem ser subestimados.

A receptividade não foi tão boa, tanto por parte da crítica, quanto dos fãs. Os críticos, em geral, disseram que o álbum traz riffs que poderiam ser incluídos em qualquer música aleatoriamente, que não faria muita diferença. Já os fãs consideram o álbum um dos mais fracos, perdendo apenas para os discos de covers. Ainda assim, o álbum figurou na categoria “Heatseekers“, da “Billboard“, na 30ª posição e também nas paradas da Alemanha, onde figurou na 68ª posição.

Uma curiosidade é que a faixa “Torture Killer“, inspirou a banda finlandesa de Death/ Groove Metal, que recebeu o mesmo nome da canção número 9 deste play e foi formada em 2001. Chris Barnes, inclusive, participou como vocalista e escreveu algumas canções para o álbum “Swarm!“, lançado em 2006. Apesar disso, Barnes nunca participou de shows da banda, que toca ao vivo canções do Six Feet Under.

A banda caiu na estrada para divulgar seu novo trabalho, e um dos festivais que o Six Feet Under marcou presença foi o Vans Warped Tour, que é um festival itinerante, passando pelos Estados Unidos e Canadá e cuja maioria das bandas são de Punk Rock e Hardcore. No ano de 2000, o Six Feet Under foi um “estranho no ninho”. Logo depois a banda se retirou dos palcos para produzir o primeiro de sua série dos álbuns de covers, que foi o primeiro “Graveyard Classics“, que será tema aqui em nosso quadro em um momento oportuno.

Hoje então é dia de celebrar esse petardo, colocando-o para tocar no volume máximo. Podemos nos considerar afortunados por ter o Six Feet Under na ativa. A banda passou pela pandemia sem maiores danos. E o que é melhor, tendo a dupla Chris Barnes e Jack Owen juntos mais uma vez, eles que fizeram história na fase mais old-school do Cannibal Corpse. Longa vida ao SFU, que no ano passado lançou o incrível “Killing for Revenge“.

Maximum Violence – Six Feet Under

Data de lançamento: 13/07/1999

Gravadora: Metal Blade

 

Faixas:

01 – Feasting on the Blood of the Insane

02 – Bonesaw

03 – Victim of the Paranoid

04 – Shot Cut to Hell

05 – No Warning Shot

06 – War Machine

07 – Mass Murder Rampage

08 – Brainwashed

09 – Torture Killer

10 – This Graveyard Earth

11 – Hacked to Pieces

 

Bônus Tracks:

12 – Wratchild

13 – Jailbreak

 

Formação:

Chris Barnes – vocal

Steve Swanson – guitarra

Terry Butler – baixo

Greg Gall – bateria

 

Participações especiais:

Chris Carroll – backing vocal em “Bonesaw”

Paul Booth – backing vocal em “Feasting on the Blood of the Insane” e “Bonesaw”