Em 11 de setembro de 2001, ataques terroristas arquitetados pela Al-Qaeda foram colocados em prática e provocaram estragos nos EUA. Na mesma data, coincidentemente, um lançamento também provocaria “estragos” na música pesada. No caso aqui, o estrago foi para o bem. Era dia de lançamento do oitavo álbum do SLAYER, “God Hates Us All”.
Era um desafio para a banda voltar a fazer um bom álbum, que os remetessem aos tempos áureos de sua tríade “Reign In Blood”, “South Of Heaven” e “Seasons In The Abyss”. Ainda mais pelo fato de que ‘Diablos In Musica’ tenha sido o ponto fraco da carreira da banda e “Undisputed Attitude”, ainda que um grande álbum (foi um dos primeiros da banda a ser ouvido por este redator que vos escreve), trata-se de um álbum de cover de bandas punks. O SLAYER precisava dar a resposta que o público esperava.
Stephan Solon/Move Concerts
ARQUIVO - Slayer se apresenta a Final Brazilian Tour em São Paulo, na quarta-feira, 02 de outubro de 2019
“Cast Down” se mostra a música mais abaixo do nível das demais, parecendo composição do álbum anterior, mas “Threshold” com um toque de groove e “Exile” devolvem ao álbum o bom nível que a ele foi concebido. Três faixas com um andamento mais “calmo” em termos de SLAYER: “Seven Faces”, “Bloodline” (esta uma das melhores do disco) e “Deviance” parecem preparar o ouvinte para a pancadaria sonora que chegará depois: “War Zone”. Essa é direta e sem enrolação: Parece sobra do ‘Reign In Blood’ versão século XXI.
Em “Here Comes The Pain”, temos aqui a banda em seu momento talvez mais moderno em termos sonoros. Uma boa música. O disco fecha com chave de ouro, com a melhor composição da banda nos anos 2000: “Payback”. Música raivosa, rápida. Claro que eles jamais farão uma música mais rápida do que a clássica “Dittohead”, presente em “Divine Intervention”, mas esta aqui chega bem perto.
As letras, escritas em sua maioria por Kerry King, tratam de temas como religião, assassinato, vingança e auto-controle. O álbum foi bem recebido pela crítica e público, chegando a alcançar um bom desempenho em países como Alemanha e Canadá (9º lugar nas paradas), Itália (11º), Finlândia (12º) e nos EUA (28º na Billboard 200). Foi o último álbum gravado pelo baterista Paul Bostaph, que devido a uma séria lesão sofrida no seu cotovelo, não foi capaz de terminar a turnê com seus companheiros e assim ele devolvia o posto ao membro original, Dave Lombardo. Porém, alguns anos depois, Bostaph retornaria à banda e permaneceria na banda até o seu ato final, no ano passado.
Faixas: