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Memory Remains: Slayer – 31 anos de “Seasons in the Abyss” e o final do ciclo mais vitorioso da banda

Memory Remains: Slayer – 31 anos de “Seasons in the Abyss” e o final do ciclo mais vitorioso da banda

9 de outubro de 2021


 

Em 1990 o mundo vivia passava por importantes modificações: o muro de Berlim havia sido derrubado, a Alemanha voltava a ser uma única nação e a guerra fria iniciava seu ocaso. Na parte musical, o Heavy Metal vivia um período de muita inspiração: o Testament havia lançado “Souls of Black“, o Anthrax lançou “Persistence of Time“, o Megadeth soltou a obra prima chamada Rust in Peace e o Slayer não ficou atrás, soltou o clássico “Seasons in the Abyss” e é esse o tema do nosso Memory Remains deste sábado.

Vamos voltar no tempo… “Seasons in The Abyss” encerra com chave de ouro a tríade de maior sucesso entre os fãs da banda: “Reign in Blood“, lançado em 1986 é até hoje considerado juntamente com “Master of Puppets”, do Metallica, como as duas maiores obras-primas do Thrash Metal. E entre os dois, o excelente e nem tão rápido “South of Heaven“. Mas aqui o Slayer volta a colocar a velocidade em primeiro lugar.

Mas em 1990 a banda voltou com tudo e trouxe em “Seasons in The Abyss” um pouco dos dois álbuns anteriores: a velocidade de “Reign in Blood” em metade das músicas e na outra metade, a parte mais arrastada de “South of Heaven“. Com uma produção que pela primeira vez era do tamanho do capricho que a banda merece, o resultado não poderia ser diferente: um álbum maravilhoso.

Gravado entre março e junho de 1990 em dois estúdios: “Hit City West” e no “Record Plant“, ambos na cidade de Los Angeles e produzido por Rick Rubin e Andy Wallace (um dos melhores produtores de discos de Thrash Metal), a obra que em 42 minutos é capaz de abalar qualquer estrutura e consolidava de vez o Slayer como um dos grandes da cena. Vamos colocar a bolacha para rolar e discorrer sobre as dez faixas presentes neste petardo, como sempre fazemos por aqui.

O disco abre mortal com a veloz “War Ensemble“. que era executada até a última apresentação da banda, em 2019. Esta música poderia facilmente estar em “Reign in Blood“. Aqui temos rapidez com breve mudança de andamento no meio da música. Excelente, nasceu clássica.

Blood Red” é uma das melhores músicas de toda a carreira do Slayer em minha opinião. Aqui temos uma levada mais cadenciada em comparação à faixa de abertura. Os solos muito bem trabalhados, uma coisa que nem sempre foi o forte da banda. Outra clássica. “Spirit in Black” é um meio termo entre as duas faixas anteriores: tem a sua parte rápida e a parte mais cadenciada, excelente canção também.

Ai temos duas faixas mais cadenciadas e nem por isso deixam de serem boas: “Expendable Youth” tem o seu brilho e aqui quem o faz é Dave Lombardo, com sua excelente performance. E “Dead Skin Mask” com seu clima sombrio, outra música em que figura certamente no meu Top 3 da banda. Lombardo aqui repete a dose da faixa anterior, desta vez acompanhado de Hanneman King que estavam inspiradíssimos quando da composição desta música. Esta música, inclusive, foi um dos pontos altos da apresentação da banda no Rock in Rio, sendo um dos raros momentos em que eu me atrevi a tirar meu telefone do bolso, para registrar a cena épica,

Hallowed Point” traz as coisas de volta ao caminho da velocidade. A música é pancadaria do início ao fim. Excelente canção. “Skeletons of Society” traz um riff cavernoso no início e umas partes com um pouco mais de groove. Peraí, Slayer fazendo groove? Sim, isso mesmo! E não ficou ruim! A música, assim como as demais, mantém o disco no topo. “Temptation” preza por partes mais cadenciada, ganhando um pouco mais de velocidade no meio, mas aqui quem dão as cartas são as duas guitarras com riffs excelentes.

Born Of The Fire” é outra que poderia perfeitamente  fazer parte de “Reign in Blood“, dada a sua velocidade, rispidez e crueza. Excelente som. E fechando temos a faixa título, com sua abertura épica, mostrando mais uma vez Dave Lombardo inspiradíssimo com excelentes viradas em seu kit de bateria. a música não é rápida, mas é certeira, outro clássico. A curiosidade fica pelo fato de a banda ter gravado um videoclipe para esta música e as filmagens ocorreram em frente às Pirâmides de Gizé, no Egito, pouco antes da Guerra do Golfo.

Este álbum rendeu turnês como a “Clash of The Titans“, em que a banda tocou pela Europa com Megadeth, Suicidal Tendencies e Testament. Esta turnê acabou sendo levada aos Estados Unidos, novamente tendo a banda de Dave Mustaine sendo co-headliner e tendo Anthrax e Alice In Chains como bandas de abertura.

Em 1991, a banda lançou o duplo ao vivo “Decade of Aggression“, para comemorar seus dez anos de existência e grande parte das músicas deste lançamento eram de “Seasons in The Abyss“, o que era perfeitamente natural, pois tratava-se da turnê de divulgação deste álbum.

Nos charts, o álbum teve um bom desempenho: 19º na Alemanha, 29º na Áustria, “40º na Billboard 200”, 47º na Suécia, 51º no Reino Unido, 58º na Austrália e 69º na Holanda. Rendeu ainda disco de outo no Canadá e nos Estados Unidos, além de videoclipe para a faixa título que passou muito na MTV estadunidense, e também aqui em terras tupiniquins. O aniversariante do dia foi certificado com Disco de Ouro nos Estados Unidos e no Canadá.

Um belo e certeiro disco que cumpriu bem o seu papel e ajudou a fixar ainda mais o Slayer como uma das bandas mais influentes da cena. A década de 1990 veio e a banda, assim como a grande maioria das bandas de Thrash Metal, não soube aproveitar. Veio a saída de Dave Lombardo, mas o legado está ai, mesmo a banda estando aposentada, este disco ficará para sempre marcado como um dos melhores do estilo. E eternizado na mente  de headbangers saudosistas, como a maioria de nós.

Seasons in the Abyss – Slayer

Data de lançamento – 09/10/1990

Gravadora – Def Anerican Recordings

Faixas:

01 – War Ensemble
02 – Blood Red
03 – Spirit in Black
04 – Expedable Youth
04 – Dead Skin Mask
06 – Hallowed Point
07 – Skelekton of Society
08 – Temptation
09 – Born of the Fire
10 – Seasons in the Abyss

Formação:

Tom Araya – Baixo/ Vocal
Kerry King – Guitarra
Jeff Hanneman – Guitarra
Dave Lombardo ´Bateria