Memory Remains

Memory Remains: Slayer – 42 anos de “Show no Mercy” e a estreia em grande estilo

3 de dezembro de 2025

Há 42 anos, em 3 de dezembro de 1983, o Slayer lançava “Show no Mercy“, o seu play de estreia e que é tema do nosso Memory Remains desta quarta-feira.

A banda de Tom Araya, Kerry King, Jeff Hanneman e Dave Lombardo foi contratada por Brian Slagel, o fundador da Metal Blade Records. O que chamou a atenção do dono do selo foi ele ter presenciado a banda executando “Phantom of the Opera“, do Iron Maiden. E apesar de ter fechado contrato com o selo, a banda foi obrigada a financiar o seu disco de estreia. E graças ao dinheiro que Tom Araya ganhava em sei emprego como terapeuta respiratório e também a um empréstimo financiado pelo pai de Kerry King, o aniversariante do dia pôde ser concebido.

Ainda distante do Thrash Metal que a consagraria futuramente, o álbum é muito inspirado no Heavy Tradicional, porém com um pequeno detalhe: as letras tratam de temas ocultos, que logo chamaram a atenção da crítica especializada e dos fās. Algumas das músicas presentes aqui, como “Die by the Sword” “Black Magic” “The Antichrist” se tornaram tão importantes que se mantiveram presentes no setlist da banda até os seus últimos dias.

A banda gravou e mixou o álbum em um período de 8 horas, em algum dia de novembro de 1983 e o estúdio escolhido foi o “Track Record Studios”, em Hollywood, Califórnia. A bolacha foi produzida pelos próprios integrantes. A masterização ocorreu no “MCA Whitney Recording Studios”, em Glandale, também no estado da Califórnia.

Existe uma versão do álbum que contém três músicas a mais, que originalmente entraram no EP “Hauting the Chapel“. São elas “Chemical Warfare“, “Captor of Sin” e “Hauting the Chapel“. E as músicas são simplesmente matadoras. Em pouco mais de 40 minutos temos uma estreia sensacional e que mostrava que a banda iria se superar cada vez mais, se destacando como uma das maiores bandas de Thrash Metal da história.

Apertando o play, temos um álbum composto por músicas rápidas, cruas e uma qualidade de gravação que deixa um pouco a desejar, mas era normal na época. Porém, os jovens superaram isso tudo com muita garra e já de cara nos apresentaram belas canções, que estiveram presentes nas apresentações do Slayer até o final, 35 anos depois. A música “Evil Has no Boundaries” ganhou uma versão dos brasileiros do Korzus.

“Show no Mercy” é o álbum mais vendido da história da Metal Blade. O selo que vendia em média 5 mil cópias, superou e muito essa média com o aniversariante do dia. Estima-se que foram vendidas entre 15 e 20 mil copias deste play. É um número que impressiona principalmente por se tratar de um álbum de uma banda iniciante, além de naquele instante, desconhecida. Era o Slayer já fazendo história.

O álbum teve receptividade mista. Enquanto a “Guitar World” classificou o álbum entre os 40 álbuns que definem o ano de 1983 e a “Kerrang!” classificou o álbum em 3º lugar na lista dos dez maiores álbuns de sempre no Metal satânico, Brian Slagel afirmou certa vez que o álbum não foi bem recebido na Europa. As músicas “Evil Has no Boundaries“, “Captor of Sin“, “Tormentor” e “Die by the Sword” fizeram parte da trilha sonora do filme “River’s Edge” (1986). Neste ano de 2021, o álbum alcançou a posição de número 44 nos charts da Alemanha.

Era só o início e o quarteto estreava com o pé na porta. A banda mostraria ainda um poderio mais letal. Quem viu a banda ao vivo nas inúmeras passagens pelo Brasil pôde comprovar tal fato. Eles se reuniram este ano para alguma shows, sendo que a última apresentação aconteceu em 20 de setembro na Philadelphia, além de ter sido também uma das bandas que tocaram no Back to the Beginning, evento que marcou a despedida de Ozzy Osbourne e do Black Sabbath dos palcos. O Slayer se fez presente com 3/5 de sua formação original.

Hoje é dia de celebrar o pontapé inicial de uma das maiores bandas de Thrash Metal da história. O Slayer deve fazer alguns shows pontuais no futuro, mas nada indica um possível retorno, até porque Kerry King está com sua banda solo e Gary Holt está concentrando seus esforços no Exodus, mas não nos custa nada alimentar esperanças.