A tradicional Rua Ceará, na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio de Janeiro, ganha um novo impulso cultural com a criação do projeto O Berço do Rock Alternativo Carioca. A iniciativa foi contemplada pelo programa Territórios em Foco, do Ministério da Cultura, e oficialmente reconhecida como Ponto de Cultura em março deste ano.
Sob coordenação do ativista cultural e músico André Paumgartten, o projeto chega para fortalecer a cena alternativa e resgatar a história da rua que já recebeu shows de nomes como Pitty, Matanza, Los Hermanos e também shows internacionais importantes, como Buzzcocks, Madball, Exodus, Agnostic Front, DRI, Varuckers, entre outras. As primeiras ações acontecem agora em julho, mês em que se comemora o Dia Mundial do Rock.
No dia 12 de julho, será realizado um evento especial com shows ao ar livre, antecipando as celebrações da data. Ao longo do mês, estão previstas palestras, workshops formativos e uma exposição de fotografias com registros marcantes de apresentações na Rua Ceará. Uma das primeiras atividades será a realização de intervenções de grafite na entrada da rua, criando um novo cartão-postal para o bairro e homenageando sua trajetória no underground musical.
Segundo André Paumgartten, o projeto começou a tomar forma durante a pandemia, quando a movimentação na Rua Ceará praticamente cessou. “Eu já tinha um laço afetivo ali desde os anos 1990 e queria devolver algo ao lugar onde toquei,comecei a produzir eventos, conheci minha esposa, vivi tanta coisa. Estudei experiências internacionais de requalificação cultural, como em Camden Town, em Londres, e desenvolvi o projeto em 2022. Em 2023 comecei a inscrever o projeto em alguns editais e fomos contemplados. Agora, ver tudo ganhando vida é emocionante”, afirma.
Paumgartten lembra que, em 2024, no último dia do rock, mesmo sem os recursos dos editais liberados, foi realizado um evento independente na Rua Ceará, e o mesmo coordenou e fez a curadoria de 40 bandas (em 4 dos 10 palcos montados) que apoiaram voluntariamente a proposta de revitalização cultural. “Naquela época, muita gente duvidava do projeto. Falavam que era loucura, que não ia dar certo. Mas quem acreditou, somou com a gente (bares, sites, blogs, fotógrafos, jornalistas, produtores, bandas e principalmente o público de cerca de 8.000 pessoas) e ajudou a colocar tudo de pé. Foi um esforço coletivo, de quem realmente acredita na potência cultural da Rua Ceará”
Além de fortalecer o circuito alternativo do Rio, o projeto tem como princípio remunerar todos os envolvidos, como artistas, produtores, fotógrafos e técnicos — reforçando o compromisso com a cadeia produtiva local.
As atividades serão realizadas ao longo de julho e estão abertas ao público. Mais informações e a programação completa serão divulgadas nas redes sociais do projeto e no site oficial do Ponto de Cultura da Rua Ceará.
Confira as ações já confirmadas:
· Evento especial de rock no dia 12 de julho
· Grafites na entrada da Rua Ceará
· Workshops e palestras formativas para profissionais de cultura durante o mês de julho
· Exposição de fotos históricas de shows na Rua Ceará
