Zachary Mason chega com seu novo EP ‘5…4…3…2…1…’, trazendo o que sabe fazer de melhor: uma mistura visceral de rock alternativo e lo-fi, com toques de misticismo que refletem sua trajetória underground e independente. O disco de 3 faixas mergulha em temas de humores sombrios e introspecção, ao contar a história da humanidade fugindo de uma Terra moribunda para colonizar Marte! Há uma boa dose de humor, mas também um toque de profundidade e comentários sociais, aproveitando experiências pessoais para criar uma coleção profundamente ressonante de músicas, Este EP é mais um passo firme em sua jornada sonora. Gravado com emoção sincera, adicionam um toque pessoal a cada faixa, tornando este álbum imperdível para os entusiastas da música.
A abertura com a faixa-título, já mostra suas origens enigmáticas. Um Rock Psicodélico e Experimental pesado com sentimento profundo, cheio de influencias, que torna difícil a comparação com qualquer outro artista. Logo na primeira faixa Zachary transmite sua lamúria e dor emocional, onde ele perfura o ouvinte. O álbum conta com colaboração de artistas como Nate Barnes, membro da aclamada banda de rock Rose Hill Drive, na bateria e o baixo das faixas 1 e 2 foi tocado por John Thomasson, que toca com o Little Big Town, que infundem o álbum com um som único e cativante que o diferencia.
A faixa traz slide guitars e uma pegada cheia de atitude com um instrumental mais trabalho e emocionado – que me lembrou a clássica “Major Tom”, de Peter Schilling, e claro, a origem de tudo, ‘Space Oddity’ e o astronauta fictício criado por David Bowie. Os vocais descolados e cheios de efeito trazem uma autenticidade difícil de ignorar. O disco tem variações de sentimento, como algo mais lisérgico e introspectivo, uma faixa que nos faz literalmente viajar, hipnotizante que parece flutuar em um mar de reverberação, com sintetizadores e outros instrumentos mais psicodélicos que proporcionam essa viagem.
“The Funky Martians” resgata uma pegada old school do rock com riffs de guitarra pesados que faz qualquer um bater o pé no chão ao ritmo da batida, um hit roqueiro de primeira linha que lembra o bom e velho rock’n’roll sem segredos. Porem, a faixa nos transporta para o espaço, ou melhor, ainda nso mantém lá com riffs de guitarra em progressão de acordes são cintilantes e bem característicos do rock dos anos 70, cheios de efeitos analógicos destilando uma energia nostálgica, a bateria segue o ritmo pesado, junto com o baixo que marca presença e seus sintetizadores inspirados anos ano 80 e uma atmosfera angustiante e reflexiva.
Finalizando a viagem, “Earthsick” surge como uma faixa ritualística, cheia de emoção uma atmosfera tensa, quase uma introdução mística. A guitarra tem uma identidade única, que combina com todo conceito do disco, inspirados em sons dos anos 70 e 80. Uma combinação inesperada, mas que funciona surpreendentemente bem, com sintetizadores, seguidos pelos vocais profundo que carregam este disco de um jeito depressivo mas satisfatório.
O fim da viagem ao espaço, com mais de 6 minutos. A produção das músicas desse disco tendem a ser polida e atmosférica, utilizando extensivamente reverb e delay para criar uma sensação de espaço e grandiosidade. Isso faz com que as faixas soam expansivas, como se fossem executadas em um ambiente vasto e aberto. Os vocais contribuem significativamente para a identidade sonora do grupo com seu timbre de voz distintivo e emotivo, capaz de transmitir uma ampla gama de emoções, desde a intimidade até a potência.
Encerrando essa viagem sonora perfeita, Cachry nos leva de volta ao básico com uma faixa psicodélica, elegante e nostálgica, que encerra o álbum com um toque soturno e conclusivo. Zachary Mason entrega uma obra que mistura peso, melancolia e experimentação, tudo com um toque místico que só ele sabe fazer. Definitivamente, você precisa ouvir esse álbum – mais de uma vez.