Resenhas

Against All Odds

The 351’s

Avaliação

9.0

Com uma proposta ousada e nada convencional os The 351’s surgem nessa playlist. Fundada na enigmática Quebec, o power trio é composta por Kev, Dom e Tin, três músicos que se recusam a seguir as regras do jogo. Com seu novo trabalho ‘Against All Odds’, eles não apenas desafiam as convenções, mas também nos convidam a uma montanha-russa sonora repleta de surpresas. O disco é um grito de guerra para aqueles que se recusam a recuar. E para os colecionadores, a banda tem planos para um futuro vinil.

 

A estética sonora do The 351’s é um verdadeiro caldeirão de influências. Raízes no punk rock distorcido se entrelaçam com ramificações de psicodelia sombria, ska e experimentações cinematográficas. Essa mistura cria um universo sonoro único, que ecoa referências ao que Rancid, The Offspring ou Madness buscam em seu som. Mas não se engane, apesar das comparações, a banda possui uma identidade própria e singular.

Abrindo EP com um hino desafiador de resiliência “King of Nuthin’”, a banda nos lança diretamente em um redemoinho de guitarras rápidas e distorcidas e batidas imprevisíveis. A faixa estabelece o tom do álbum: um punk rock clássico que brinca com os sentidos e soa como um sonho louco.Aqui as camadas de sons se sobrepõem em uma dança quase caótica, mas estranhamente harmoniosa, perfeita para a boa e velha roda punk.

“King of Nuthin’” é uma viagem sonora onde a guitarra tem o swing do reggae, onde esperamos aquele saudoso ska, que se mistura a um ritmo hipnótico crescente, criando uma atmosfera densa e envolvente. A faixa traz uma energia mais misteriosa e pitoresca, com um acordes dissonantes e vocais altamente teatrais e experimentais quase fantasmagóricos com tom rouco. Então, somos surpreendidos com a rapidez e agressividade do punk oldschool – que perfeição!

Em “Glass of Mosh Pit Blood”, a banda traz o caos, energia e pura agressão, com uma melodia que sai de assustadora para divertido em diversos momentos, algo extremamente experimental e visual, faixa extremamente intrigante que aproveita da loucura da faixa anterior e a estende em um punk interessante – essa faixa é uma das mais legais do disco, cheia de personalidade identidade, destaca-se. De longe a melhor faixa do disco. Remeto muito ao som do punk britânico, que eu adoro.

A última faixa, “Rupture” é um encerramento forte e sem concessões, retornando com a energia e rebeldia do punk, mas sua melodia frenética e batida mais urbana nos joga para um campo totalmente inesperado até então, chamando para um estilo mais punk dos anos 2000. O vocal em coro dá uma vibe maravilhosa para a canção, sendo a faixa mais comercial do EP, perfeita para as rádios.

‘Against All Odds’ é um épico sonoro que sintetiza todas as influências da banda, culminando em um clímax. Se você busca algo que desafie suas percepções e o leve a uma jornada sonora única, este álbum é a escolha perfeita. Prepare-se para ser transportado a um mundo do punk oldschool, e a música se torna uma experiência visceral e inesquecível.