Resenhas

Chromatose

Junk

Avaliação

9.0

A Dupla de artistas americanos Dirty D e Dubl A acabam de mostrar ao mundo mais um resultado dessa junção por meio da explosão sonora chamada ‘Chromatose’. Este é o EP de estreia do projeto JUNK, formado pelos dois músicos, em junção do Scott AKA Strap e Flawless Solace, lançado em 21 de janeiro de 2023. Segundo a dupla, JUNK significa uma mistura de Jazz e Funk, e agora podemos entender melhor essa ideologia ouvindo o play abaixo.

‘Chromatose’ apresenta cinco faixas peculiares, com um toque de loucura e muita técnica derivada de músicos experientes que tem paixão pela música e a ideia de inovar e apimentar o mercado musical. Este é um trabalho charmoso com uma atmosfera sonora nostálgica que remete aos clássicos dos anos 80, como se fosse uma mistura entre Kenny G com bandas como Toto, Journey e Chicago. JUNK apresenta sua visão sonora totalmente original, injetando muita paixão musical para criar uma experiência sonora inebriante ao ouvinte.

Abrindo o EP, a faixa-título conta com a participação de Flawless Solace e traduz exatamente o que é ‘Chromatose’, a dobra de gênero e a originalidade musical se combinam e no final você fica em um estado de overdose musical. Há uma mistura de gêneros e instrumentos misturados na medida certa, criando uma sonoridade técnica e perfeita para verdadeiros amantes de música.

“None Other Than Dirty D” conta com a participação de Scott AKA Strap, trazendo um solo de guitarra típico do metal progressivo, batidas eletrônicas charmosas que remetem ao lo-fi e o solo de saxofone de Dirty D que desperta uma vibe sensual junto com um vocal falado que cria um ambiente misterioso. Dando sequência, “Chill Pill” traz um clima mais suave e romântico, com linhas de piano e saxofone sonhador – talvez essa seja a balada do disco, algo mais intimista e sentimental, pois é composta e executada apenas pela dupla Dirty D e Dubl A.

“Blow” também tem participação de Scott AKA Strap que exala frescor jovial e uma nostalgia ao mesmo tempo com uma linha de baixo ignorante que rouba a cena nesta canção. Com muita técnica e charme, o groove nesta faixa remete aos ícones do soul music, fazendo lembrar de clássicos do Tim Maia e James Brown. Mas o saxofone também se faz presente, casando perfeitamente com o baixo e a batida eletrônica que nos faz querer dançar embaixo de um globo de luz.

Fechando o disco, temos mais uma faixa feita apenas por Dirty D e Dubl A, “Frogadelic”, que começa com o barulho de sapo, o que torna a faixa divertida. Durante a audição, o som característico do sapo se mistura e se perde entre a sonoridade inusitada da banda, sempre mantendo o saxofone em evidência junto com batidas lo-fi, criando um ambiente muito similar a músicas brasileiras e sua energia caótica e bela.

‘Chromatose’ é um passeio pela escala cromática em uma dose experimental de ‘Narcóticos Musicais’, como é chamado pela banda. “Ao misturar gêneros na escala e cortá-la corretamente com todos os tipos de instrumentos, podemos colocar o ouvinte em todos os tipos de sentimentos e estados de espírito, até que um deles saia do limite em um estado relaxante de êxtase operístico”, comenta JUNK.

Este EP é um presente aos amantes de música, trazendo uma energia peculiar, onde os músicas soubera usar suas influências e técnicas para criar uma identidade própria e conduzir o ouvinte em uma experiência sonora exclusiva.