‘Colorful White Lies’ é um álbum que encapsula a essência do Electric High: energia ilimitada, composições afiadas e um amor inabalável pelo rock. É um disco que te pega pela garganta desde o início e não solta até o último acorde.
Se a eletricidade pudesse ser engarrafada, vendida e consumida em doses cavalares, certamente viria no formato de Colorful White Lies, o novo álbum do Electric High. Composto por 13 faixas que alternam entre explosões de energia e grooves carregados de atitude, o disco é um passeio guiado pelo talento inegável de uma banda que soube canalizar a essência do rock clássico e do alternativo com precisão cirúrgica.
A abertura, Sun, já chega como um soco no peito: bateria pulsante, guitarras ferozes e vocais duelistas de PV Staff e Olav Iversen. A dinâmica entre os dois frontmen funciona como um motor de alta rotação, levando a música a um clímax caótico que quase extrapola o limite. É uma introdução que deixa claro: segure-se, porque o álbum não vai aliviar.
Logo depois, Harder to Justify – faixa repleta de groove e sensualidade, junto a faixa-título, Colorful White Lies, mostram o equilíbrio entre peso, o swing e o groove que é a assinatura da banda. Guitarras com riffs insinuantes e uma cozinha rítmica impecável comandada por Einride Torvik (baixo) e Tor Helge Opdahl (bateria) criam um pano de fundo perfeito para refrões explosivos. É um momento onde o rock se enrosca na pista de dança e se solta sem pedir desculpas.
Seven Wonders mantém o fôlego com seu instrumental frenético e moderno, e Wasted nos puxa para um rock clássico com leves elementos de rockabilly. Em Go Easy on My Heart os monstros do Electric High introduzem um groove mais clássico, mas ainda assim cheio de energia. É aqui que Marius Mørch, na guitarra, brilha com texturas e solos que reforçam a versatilidade do álbum, é aqui em que vimos o quanto o grupo está bem entrosado no quesito composição.
Mas a banda não economiza no alto octanagem: Cyclone acelera novamente o ritmo, carregada por um groove maníaco que remete ao melhor de Rocks, do Primal Scream, enquanto Royals in Rags e Crooks flertam com um rock mais cru, mas ainda contagiante e cheio de energia. Crooks em particular se destaca pela combinação de harmônica percussiva e uma explosão instrumental que não dá trégua, os trechos “pausa” são recheados de solo resposta que tornam tudo muito mais dinâmico e autêntico.
Quando chegamos a Rough Diamond, o álbum ganha uma nova camada. É um passeio montanha-russa que alterna momentos mais cadenciados com refrões que soam uma mistura de funky rock Californiano e Rock Inglês. A faixa é um exemplo perfeito da habilidade do Electric High de criar dinâmica em suas composições.
A décima primeira faixa é Weeping Gods, faixa mega pesada, de um peso quase sufocante, mas ainda sim sensual e excêntrica. O riff arrastado e sombrio, aliado ao clima denso criado pela banda, ilustram um ambiente intimidador, soturno – a trilha perfeita para o clima do velho oeste.
As duas últimas faixas, Hear Me Out e Siren ‘s Lullaby, funcionam como um encore emocional, oferecendo uma espécie de alívio antes de o ouvinte ser jogado de volta ao silêncio. Depois de Weeping Gods, estas duas faixas ficam um pouco perdidas, mas ainda sim tem sua qualidade e notabilidade.
Se há algo a aprender com Colorful White Lies, é que o Electric High veio para redefinir o que significa alta voltagem no rock moderno. Prepare-se para deixar essa experiência te eletrizar.