Resenhas

Created in Chaos

Invisible Control

Avaliação

8.5

O Invisible Control é mais uma banda formada em 2020, durante a pandemia do Coronavírus e que conta com músicos da cena nordestina. E o disco de estreia, Created in Chaos mostra porque o Brasil está entre os grandes centros da música pesada mundial.

A banda que já se apresentou no Roadie Crew Online Festival e tem no Abril Pró-Rock do ano passado, também no formato online, lançou seu debut álbum no dia 25 de fevereiro via Xaninho Discos, Voice Music, Rapture Records e Two Beers or Not Two Beers records, no formato físico e também nas plataformas digitais.

O play contou com mixagem e masterização a cargo de Martin Furia, que além de ser guitarrista do Destruction, trabalhou também nos álbuns da Nervosa, Eskrota e BARK. A arte gráfica é assinada por Alcides Burn, que também produziu o álbum juntamente com a banda. Antes de lançar o aguardado “Created in Chaos“, a banda soltou três singles, que estão presentes aqui neste álbum. Vamos colocar a bolacha para rolar e conferir o que essa galera boa registrou.

Creation of Chaos“, a faixa de abertura tem um clima épico, onde o Death Metal se une com a música erudita de maneira quase que perfeita. A vocalista Daniela Serafim surpreende a todos quando abre a boca para urrar, ninguém acredita vendo as fotos da moça que ela seja capaz de tamanha performance.

Em “Killing Another One of Us“, a banda soa como se o Arch Enemy fosse mais brutal do que já é. Uma mistura de Death Metal com partes mais melódicas, tendo nas guitarras da dupla Dennys Parente e Marcos Melo as grandes protagonistas, e a bela Daniela Serafim arregaçando tudo com seu vocal pra lá de raivoso.

Purgatory“, a faixa número três é um verdadeiro caos sonoro, onde o peso reina e os riffs são bem acima da média. Aqui as partes melódicas têm menos espaço, mas ainda é possível encontrá-las. “Devourers” traz uma viola na sua intro, dando a impressão de que vai se tratar de uma música bem tranquila, só que não, pois logo logo o peso entra com tudo em uma música com uma pegada atmosférica e a adição de vocais limpos ao final.

Estamos na metade final do play e a próxima faixa é “Invisible to You“, que traz mais da influência do Arch Enemy, com direito a um belo solo, que nada fica a dever aos melhores da cena. “Cold Blood” é bem brutal nas estrofes e ganha um pouco mais de melodia no refrão. Os responsáveis pela brutalidade são o baterista Wagner Oliveira, que destrói seu kit de bateria e ela, a vocalista Daniela Serafim que chega no microfone com uma fúria anormal.

Sons of the Damned” temos a banda fazendo uma mistura interessante de Death Metal com Metal Progressivo, onde a técnica dos músicos se encaixou muito bem. Essa é uma das que mais se destacam em todo o play. “Cursed be” tem os melhores riffs de todo o play, nos quais a banda viaja pelo Thrash e pelo Death Metal, com direito a mudanças bruscas no seu andamento, que fazem o disco se encerrar com chave de ouro, uma ótima canção.

Em 38 minutos temos uma banda coesa, que sabe muito bem o que quer e que tem um futuro pela frente. Eles não reinventaram a roda, mas é uma amostra de que o Brasil é um excelente celeiro de bandas de Metal, encrustada nesse meio de artistas de gosto pra lá de duvidoso. Indicado para fãs de Arch Enemy.