O enigmático cantor James Keen apresenta o tão esperado segundo álbum ‘Crossover’. Após 16 anos do álbum de estreia ‘No Coincidence’, o disco chega com onze faixas ricas em versatilidade sonora, em uma odisseia emocionante e transcendental. A música de James Keen é um lembrete do grande soft/pop rock que surgiu durante os anos 80 e 90, voltado para o folk, criando uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional. Este é um álbum verdadeiramente solo, inteiramente escrito, gravado, executado, produzido e mixado pelo próprio artista
Este lançamento representa a marca única da alma do aclamado cantor/compositor James Keen. Ele pode ser considerado um novato na indústria da música, no entanto, a sofisticação de suas músicas mostra que ele tem um conhecimento muito além daqueles novatos. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais delicado e grandioso. James Keen combina elementos de folk e soft rock de várias épocas, em um caldeirão rodopiante de violão acústico e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco James Keen prova que segue com a ideologia artística, espiritual e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a sua energia jovial e mente visionária.
Logo na primeira faixa, “Show me What You Got”, percebemos aonde o cantor quer chegar, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde prova que é um artista em constante avanço, com uma energia dos anos 80 em um single que é o verdadeiro hit. A música seguinte, “Falling or Flying”, foi lançada como single e videoclipe, mostrando o lado multifacetado remetendo também a tons de Southern Rock, lembrando America e Tracy Chapman. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto James Keen adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera reflexiva e melódica. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos nostálgicos, seu som está amadurecendo em algo único, o que pode ser visto em “Yes & No”, e logo perceberá a nítida influência de The Allman Brothers Band. Em “Minutes To Midnight”, mantém o espírito do folk mais animado mas também incorpora o soft rock com um tom mais agitado e exala técnica e talento – por isso gostei desse disco, ele mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. A faixa-título é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra que é compacto e suave, nostálgico que remete ao The Doobie Brothers e America, mas também tem tons mais moderno, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e uma energia que nos faz viajar.
“Get On Board” destila a melancolia penetrante e intimista com uma atmosfera mais balançada, onde os riffs são dançantes mas mantem o ambiente denso. Com uma genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, é a música perfeita para rádios e para as pistas.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “Glow In The Dark”, sendo a música que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. Injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo a sonoridade cativante e apaixonante do soft rock dos anos 80.
Fechando o disco, “The Ballad Of Abraham Jones” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo romântco e suave de James Keen – que embora seja uma sonoridade simples e típica, há toda a emoção e perfeição que o artista conseguiu colocar. O disco encerra com todo o ar de balada, triste e denso, destilando a nostalgia e o momento apaixonante. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes do estilo.
‘Crossover’ traz o instrumental drástico, extenso e sombriamente alucinante, mostrando a mente brilhante de James Keen, e mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como o artista misturou referências dentro do rock e de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória. James Keen chegou para ficar e já ganhou destaque repleto de ideias vibrantes, exclusivas e de pura nostalgia, sendo uma banda potente, de imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas.