Resenhas

Devilish

Torture Squad

Avaliação

9.5

Sim, meus amigos, o Torture Squad finalmente estará lançando o seu aguardado novo álbum no próximo dia 22 de setembro pela Time To Kill Records. Intitulado “Devilish”, o novo play reserva momentos sombrios, somando aqueles riffs estripadores com muita influência da música brasileira, além de algumas surpresas boas demais que nos esperam na audição. Então bora que tem música de qualidade pra gente resenhar!

Abrindo com a poderosa “Hell is Coming” que introduz elementos tribais em seu início antes de chegarmos aos riffs marcantes já conhecidos da banda. É o cartão de visitas que representa muito bem o som proposto no álbum, no qual temos os vocais insanos da Mayara que soam perfeitos aqui, tanto guturais quanto nas passagens limpas; o clima sombrio com teclados harmonizando e dando um tom dramático à faixa, algo incomum para a banda. e também uma passagem com o violão na melodia, bem diferente. Uma faixa muito boa e que define muito bem o álbum.

Nesse mesmo andamento temos “Flukeman” com seu riff certeiro que tem uma pegada mais Thrash e ainda conta com linhas de bateria destruidoras, com blast beats e viradas impressionantes de Amílcar, ainda com tempo para uma passagem sombria com teclados antes do solo. “Buried Alive” tem participação de Andreas Kisser e é a faixa mais Thrash Metal do álbum. Seu refrão é um crossover maravilhoso em que May mostra sua versatilidade de guturais, impecável como sempre.

Á lá Motörhead temos “Warrior“, que conta com uma pegada mais Rock n’ Roll, com andamento midtempo e refrão mais marcante. “Sanctuary” tem nome de clássico e aqui temos uma faixa muito interessante, mudanças de andamento são constantes e ouvimos uma presença mais forte do baixo do Castor. A ponte ainda tem os teclados com uma carga harmônica bem marcante. “Uatumã” conta com participação de vários músicos ligados às causas indígenas do Brasil e conta com falas do líder indígena Raoni Metuktire e ritmos tribais. Os músicos participantes são Suzane Hecate (Miasthenia),  João Luiz (Golpe de Estado) e Vitor Rodrigues (Tribal Scream/ex-Torture Squad).

Troth” é uma faixa típica do Torture Squad e poderia facilmente estar em um dos clássicos da banda, Rene distribui seus riffs de palhetadas rápidas em contraste com uma bateria que destaca os blast beats e os bumbos duplos. É a faixa menos surpreendente, mas isso não significa ser ruim, só não tem os elementos “novos” que as demais faixas apresentam. “Mabus” já é conhecida, foi o primeiro single do álbum e despertou a curiosidade para o novo álbum há alguns meses. Faixa direta e que, assim como a anterior, apresenta o clássico som da banda com aqueles riffs certeiros e vocais impecáveis da Mayara. Chegamos na faixa mais diferente do álbum, “Find My Way” conta com vocais limpos em sua maior parte, cantados em uma atmosfera sombria e melancólica, comandadas pelo baixo, teclado e violão. O tom só fica pesado em seu final, criando um apogeu muito bom para a faixa.

Na reta final temos dois interlúdios, “Gaia“, uma peça linda de violão que antecede “A Farewell To Mankind“, essa que é uma das faixas mais melódicas da banda. Conta com uma atmosfera de fim de álbum, com um tom mais épico, digamos. Vocais limpos marcam presença mais uma vez, dando um contraste interessante que foi muito bem explorado no álbum. Uma bela peça de piano ainda fecha a audição em “The Last Journey“.

No decorrer da audição você reconhece o som da banda, pois a identidade é algo muito marcante e a voz da Mayara já é marca registrada, se encaixa e preenche todas as lacunas, ainda assim, é ótimo vê-los incrementando seu som com mais elementos além do tradicional, dá uma enriquecida, uma dinâmica agradável e possibilita que a Mayara use mais as suas habilidades vocais além do gutural. Inclusive, aqui com certeza temos a melhor performance dela em um trabalho de estúdio.

A espera valeu muito a pena, após uma pandemia, singles, álbum ao vivo e muitos shows, o Torture entrega um trabalho rico, que abrange muitos elementos interessantes e tem uma audição muito plena. Prepare o botão do repeat, pois você vai ouvir muito esse trabalho!

Formação:

AMÍLCAR CHRISTÓFARO – Bateria
CASTOR – Baixo
MAYARA PUERTAS – Vocal
RENE SIMIONATO – Guitarra

Tracklist:

01. Hell is Coming
02. Flukeman
03. Buried Alive
04. Warrior
05. Sanctuary
06. Uatumã
07. Thoth
08. Mabus
09. Find My Way
10. Gaia
11. Farewell To Mankind
12. The Last Journey