Resenhas

Disorder Remains

Betrayal

Avaliação

8.5

Um trabalho muito acima da média — bem-composto, furioso e intrincado. É tudo isso e muito mais que você ouvirá em “Disorder Remains”, o segundo assalto sonoro da banda germânica de Death Metal, Betrayal.

Com mais de 16 anos de carreira, esse é o segundo registro completo do Betrayal. Os lançamentos anteriores foram “Of Lust And Loss”, um ep concebido dois anos após a sua fundação e “Infinite Circles” — full-lenght que foi lançado nove anos mais tarde.  “Disorder Remains” entrega 12 temas confeccionados de forma inteligente, fluida e que aliam tanto técnica e melodia quanto o clássico e contemporâneo. Tudo devidamente entrelaçado e eficiente, por vezes, alternando entre cadência e velocidade, mas sempre com muita habilidade e mantendo a mecânica agressiva trabalho. Brutalidade com coerência e precisão melódica junto a flertes com abrangências mais modernas, na linha do Kataklysm do “Prevail” em diante e até mesmo passagens mais elaboradas que remetem, ainda que de forma lacônica, para os tempos atuais do Behemoth, Anaal Nathrakh e até mesmo SepticFlesh.

“Rise” e “War” dão os primeiros pontos positivos ao apanhado graças a sua artilharia poderosa composta por riffs bem trabalhados, solos meticulosos e linhas de bateria impecavelmente bem dispostas e variadas. “Ghost Of Mind” e “The Manifest” são dois ataques precisos e destruidores; quanto a “Lost Promises”, ela tem o melhor trabalho de guitarras do disco, seja nos riffs, nas escritas melodiosas ou nos riffs. A faixa título junto a “Dooming Diversions” se destacam pela densidade de seus instrumentais e pelo efusivo desempenho do baterista Manuel Caccamese e também do vocalista e guitarrista Alexander Burkl. A derradeira dose letal chega sob a forma de “Greed & Oblivion”, que é, possivelmente o ponto mais elevado do trabalho. Simplesmente avassaladora.

“Disorder Remains” prima pela excelência do início ao fim e mostra uma banda competente e entrosada, pronta para conquistar mais fãs e também mais atenção da mídia especializada. Não oferecem nada de original, é verdade, mas mesmo assim ainda conseguem ser melhores que 90% das bandas que são tomadas por revelações nos últimos anos — plásticas e xerocadas umas das outras, mas com grandes gravadoras, o que de forma alguma lhes salva da falta de qualidade e identidade.

Faixas:

01 – Ignite
02- Rise
03 – War
04 – Ghost Of Mind
05 – The Manifest
06 – Lost Promises
07 – Disorder Remains
08 – Chaos Reigns
09 – Devouring Nothingness
10 – Dooming Diversions
11 – Insanity
12 – Greed & Oblivion

Formação:

Bastian Kraus – Guitarras
Alexander Burkl – Vocais, guitarras
Manuel Caccamese – Bateria
Phil Valenta – Baixo