Resenhas

Elders

Aptøsrs

Avaliação

9.5

Aptøsrs, um projeto instrumental liderado pelo compositor, produtor e indicado ao Independent Music Award, Paul Terry, emerge como uma fusão de synthwave e orquestrações cinematográficas, tecidas habilmente com baixo-guitarra, piano e bateria que transmitem entre downtempo, breakbeat e rock. Terry contribuiu para mais de trinta trilhas sonoras, colaborando com nomes como Anneke van Giersbergen(The Gathering, Devin Townsend) e Love Amongst Ruin.

 

O álbum de estreia de Aptøsrs, “Elders”, é uma jornada sonora marcada por oito faixas que exploram um vasto território musical, desde o épico até o contemplativo, desde a energia frenética até a calmaria introspectiva. Com um toque de maestria, cada faixa nos conduz por um universo sonoro próprio.

“Rust Mountain” abre o álbum com uma energia cativante, onde os sintetizadores se entrelaçam com os arranjos orquestrais, criando uma paisagem sonora expansiva que nos transporta para cenários épicos e misteriosos. Em seguida, “With Each Step” nos envolve com sua cadência hipnótica, enquanto os ritmos quebrados e as texturas sonoras nos conduzem por uma jornada emocionalmente envolvente.

“A Peaceful Way To Defy Them All” mergulha em uma atmosfera mais tensa e contemplativa, com sua introdução tensa e espacial e melodias etéreas, antes de “Graveyard Syndrome” nos surpreender com suas camadas complexas de ritmos e texturas, evocando uma sensação de inquietação e mistério – devo deixar um destaque para esta fixa, afinal ela é a que mais se aproxima de um Metal Prog, baixos, baterias e ritmos muito bem acentuados, que te jogam para um universo de tensão cósmica brutal.

“Nothing But Recall”  te tira da tensão anterior, com seus motivos melódicos envolventes e progressões harmônicas bem selecionadas, a canção ilustra um momento de clareza e alívio, enquanto “Questionnaires” nos abraça de forma lisérgica e confortante.

“Narcolepticon” da progressão a faixa anterior – como uma continuação, com sua fusão ousada de synthwave e cinemática e percussão, criando uma tensão de energia e emoção que nos envolve até o último acorde. Por fim, “Encore, Vredefort” encerra o álbum de forma magistral, o piano inserido na faixa, traz uma sensação de conclusão de jornada – me fez lembrar muito de faixas da era 1990 do Pink Floyd, mas com um tom mais sombrio, “Encore, Vredefort” serve como créditos finais de um filme/jogo de space horror oriental, não me pergunte o motivo desta específica imagética. Uma faixa que vai do alívio à tensão de forma gradualmente natural.

Em “Elders”, Paul Terry nos presenteia com uma obra de arte sonora que transcende os limites do gênero, levando-nos a uma jornada emocional e sensorial. Se você é – assim como eu, fã de trilhas sonoras e “Movie Scores” – isso aqui vai te agradar muito, não hesite em dar uma chance a este álbum extraordinário. Prepare-se para uma experiência auditiva que vai além das expectativas e mergulhe no mundo fascinante de Aptøsrs.