Resenhas

Enígma de Aasverus

Aasverus

Avaliação

4.5

O Aasverus é um quarteto de Belo Horizonte, formado em 2002 e apesar dos quase vinte anos de estrada, eles estão apenas em seu segundo full-lenght. Enígmas de Aasverus foi lançado em 2020, 11 anos após o álbum de estreia, L.U.A.R.

Lançado por um conglomerado de selos, o “Tales From the Pit Records“, “Dark Moon Records“, “Totem Records“, “Trevas Nascemos Productions” e “Khaotic Records“, o play tem uma tiragem limitada em 500 cópias e uma delas está com este redator que vos escreve para este review. Gravado num mundo pré-pandemia, entre o verão e o outono do ano de 2018, no “Studio Attack“, em Belo Horizonte, produzido pela própria banda e pelo “Studio Attack. A banda canta todas as faixas na nossa língua mãe, o que não quer dizer muita coisa, pois o vocal é incompreensível e você precisa do encarte para acompanhar as mensagens.

São apenas 4 músicas, que num primeiro momento, ao pegarmos o CD, pensamos de maneira errônea se tratar de um EP, mas ao contrário, é um Long Play. E bota long nisso. São 77 intermináveis minutos, quase a capacidade de um CD e ao menos que o leitor seja um fã ardoroso de Doom Metal, esse disco vai soar extremamente pedante, chato e monótono. “M.A.N.“, a faixa de abertura, ultrapasse os onze minutos e pasmem, é a mais curta do play e tudo que ela consegue causar no ouvinte é sono.

Das Contradições” é ainda mais extensa, tem 32 minutos, ou seja, quase metade de todo o disco. A faixa não chega a empolgar, mas tem alguns bons momentos. Se a banda não conseguisse em 32 minutos produzir algo minimamente interessante, era melhor eles encerrarem suas atividades e buscar outro ramo, dentro ou fora da música. Mas as impressões melhoram em relação a faixa de abertura, que é completamente desprezível. Os últimos instantes dessa segunda faixa são compostos por bons acordes de guitarra com bastante harmonia.

Retorno“, a faixa número três é bem extensa, mas nem tanto quanto a anterior e aqui, algum flerte com o que podemos, enfim, chamar de Metal, pelo menos no que tange ao relativo peso da guitarra e dos bumbos duplos do baterista Mantus. Ainda que esse peso não seja uma constante durante os seus exagerados 17 minutos, é a que consegue prender um pouco da atenção pela atmosfera criada em algumas partes por aaqui, sobretudo os riffs na parte final. Se o disco todo fosse assim, seria bem mais interessante.

A faixa derradeira, chamada “Canto Instru-Metal“, igualmente longa e como o nome sugere, inteiramente instrumental. Aqui, se falta peso, há pelo menos boas harmonias, o que faz com que o disco se encerre de uma maneira menos pedante, fato que foi predominante por boa parte da obra.

Em uma hora e dezessete minutos de audição, a impressão que temos é que os caras foram audaciosos demais ao fazer um disco com poucas faixas e demasiadamente longo. É preciso admirar a pretensão deles, porém, tal pretensão não foi exitosa. O Doom Metal é um estilo que não se tem meio termo, ou o cara ama ou odeia e poucos são os bons momentos que temos ao escutar esse “Enígmas de Aasverus“. O play tem uma produção satisfatória e o encarte é bem apresentado, porém, a sonoridade não deve agradar a todos, talvez os admiradores mais ardorosos desta vertente. E olhe lá.

Faixas:
01 – M.A.N.
02 – Das Contradições
03 – Retorno
04 – Canto Instru-Metal

Formação:
Thrasher – vocal
Sokram Malediction – guitarra
Animus Noctis – baixo
Mantus – bateria