O alucinante artista Doruk Doyran apresenta o novo disco, ‘Enjoy The Fall’. Ricas em versatilidade sonora, as dez canções são uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Doruk Doyran é um lembrete do metal moderno e jovial, feito com técnica – mas Doyran cria uma abordagem melancólica, atmosférica e emocional.
‘Enjoy The Fall’ representa a marca única da alma deste músico, ator e poeta, de 22 anos, que nasceu e foi criado em Istambul mas atualmente reside em Berlim. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais progressivo e grandioso. O som bruto do artista combina elementos de metal progressivo, post metal, shoegaze, música clássica e doom metal de várias épocas com um toque psicodélico, em um caldeirão rodopiante de guitarras densas e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco prova que segue com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária.
Logo na primeira faixa, “Katabasis”, percebemos aonde o artista quer chegar – com um disco instrumental -, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde prova que é um projeto em constante avanço com uma sonoridade orquestrada e densa, remetendo as bandas Opeth e Katatonia, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “We Die Alone”, já mostra o lado multifacetado remetendo também a tons de Anathema – na forma da atmosfera densa, sombria e depressiva. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto Doruk Doyran adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera depressiva e sombria. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade – detalhe me como o artista transmite esses sentimentos sem nenhuma letra.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos progressivos, seu som está amadurecendo em algo único. Em “The Hidden Pearl”, mantém o espírito do doom metal mas também incorpora o ethereal rock com um tom mais pesado e exala técnica e talento, até sermos surpreendidos com uma mudança brusca de ambiente – por isso adorei, ele mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Wings” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra técnico que é compacto e pesado, nostálgico e remete ao heavy metal clássico, mas também tem tons de orquestra do post rock, exalando sentimentalismo.
“Far Away” destila a melancolia penetrante e intimista com um ar sombrio e difícil de digerir – um tom que ora remete a musicalidade profunda do black metal, ora do post punk, mantendo o ambiente denso mas também lembrando a profundidade de Punk Floyd. “Fairy” é uma viagem que mostra o quão pessoal é este trabalho mas depois entendemos a genialidade por trás dessa criação absurda e ousada.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “Love Or Decay”, uma das mais sentimentais do álbum que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois a forma teatral penetra no ouvinte de uma forma única, como se fosse um ato épico. “Stars and Tears” injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo uma sonoridade mais suave e profunda, com licks de guitarra e orquestração. “Ataraxia” chega com o instrumental drástico, extenso e sombriamente alucinante, mostrando a mentes brilhante de Doyran. Fechando o disco, “Our Love” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo. Essa última faixa traz o lado mais pesado e denso, destilando a nostalgia e o momento sombrio. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes.
‘Enjoy The Fall’ mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como Doyran misturou referências dentro de diversos estilos de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória. Doruk Doyran ultrapassou limites, sendo um artista de imersão com um domínio tão forte e confiante sobre seu som, que consegue encantar desde o público mais exigente até quem busca bandas novas. Este disco é um ato teatral que choca e encanta.
