Resenhas

EP

All The Nines

Avaliação

9.0

All The Nines é uma daquelas bandas que parece ter saído direto dos subúrbios obscuros para entregar um som que mistura caos, peso e uma dose generosa de introspecção existencial. A banda é composta por músicos com uma pegada que transita entre o punk, progressivo, post hardcore e o rock alternativo. O resultado? Uma sonoridade que provoca o ouvinte, tanto pela crueza das guitarras quanto pelas paisagens sonoras melancólicas.

O EP, com o nome literalmente ‘EP’, carrega em suas três faixas uma exploração quase visceral das nuances musicais e emocionais. A primeira, “Black Kettle”, abre o álbum como uma explosão. A introdução é carregada de guitarras distorcidas e um baixo estralante, criando uma atmosfera caótica, e libertadora, que vai crescendo até atingir um clímax de intensidade insana. O baixo pulsa forte, dando a sensação de uma corrida desesperada em direção ao abismo, enquanto a bateria segue a matemática punk.

A canção apresenta um artista sem remorso que só se inspira em seu instinto e criatividade. No meio da faixa, há uma mudança de ambiente, deixando tudo mais caótico mas calmo, com vocais que expressão sua fúria e desabafo. È possível sentir todos os sentimentos através dos vocais raivosos, que logo são seguidos por um instrumental de primeira qualidade, mesclado post hardcore e a técnica do progressivo.

“Evil Dead” entra como contraponto a faixa anterior. Com sua batida lenta e guitarras densas, a faixa é uma boa pausa para o disco e carrega um desespero latente que reflete as influências punk da banda, mas sem perder o ritmo. Logo a faixa ganha peso, com os típicos vocais desesperados que clama em tom de desabafo. A faixa flerta diretamente com a velocidade e a agitação. As guitarras densas e a bateria em alta rotação fazem a faixa crescer e soar ainda mais como um hino punk. É aquela música que te tira do chão aos poucos, perfeita para reerguer o público em um show.

O álbum fecha com “The Yodeller”, aqui não há espaço para sutilezas, apenas uma entrega bruta e visceral, com uma execução técnica impecável que mantém o ouvinte tenso do início ao fim. Uma faixa densa e com muita característica do progressivo. A música mais longa do disco, é uma mistura de influências e estilos, que criam um trabalho único e nos faz querer várias vezes para garantir uma imersão completa. É o encerramento perfeito para um EP que não tem medo de soar original, visceral e enérgico.

All The Nines não estão aqui para agradar, mas para provocar – e o fazem com maestria. Um som que com certeza vai agradar os fãs mais radicais e surpreender os desavisados!

‘EP ‘é a culminação das composições contundentes de All The Nines, maduras com sua marca registrada de guitarras de rock em camadas e lirismo sincero. Por meio da música, ele divide suas histórias de uma maneira encantadora e confortável. Perca-se com a banda num labirinto de autodescoberta, introspecção e adicione em sua playlist!