Resenhas

Epic

Vltimas

Avaliação

9.5

Mais uma obra divina do glorioso David Vincent já está em nossos corações. “Epic” é o segundo álbum do Vltimas, lançado no último dia 15 de março pela Season Of Mist e URUBUZ Records no Brasil. O supergrupo que conta também com o guitarrista norueguês Rune “Blasphemer” Eriksen (Aura Noir), o baterista francês Flo Mounier (Cryptopsy) e o baixista Ype TWS, agora listado como membro efetivo da banda. Aqui você pode esperar tudo o que há de melhor no Death Metal, desde as passagens épicas somadas a velocidade, até os momentos caóticos com riffs cortantes te agredindo como um boxeador insano. Sem perder tempo, vamos lá!

Com um time desses reunido, não tem como sair algo ruim e a imersão no mundo do Death Metal é inevitável. Uma nostalgia inexplicável é sentida do início ao fim, pois e essência do Morbid Angel está aqui, com a voz incomparável de Evil D. A breve introdução instrumental “Volens Discordant” é a porta de entrada para um experiência descomunal. A cadência do início da faixa-título traz uma atmosfera densa e curiosa que anseia o ouvinte a esperar o épico, e é isso que acontece. Os riffs bem trabalhados somam-se aos vocais charmosos de Vincent e uma adição harmônica em momentos pontuais deixam a abertura perfeita.

O single “Miserere” tem riffs com uma pegada mais veloz que nos remete ao Thrash em certos momentos, a bateria acelera bastante aqui, com Mounier dando aula nos bumbos. O refrão é pegajoso e contem certo tom melódico somados a harmonia forte. “Exercitus Irae” começa a todo vapor, com riffs ainda mais rápidos e uma pegada mais agressiva. Tem um refrão marcante que certamente será ecoado nos shows ao vivo.

Na metade do álbum a cadencia toma conta de “Mephisto Manifesto“, onde apenas em momentos específicos os bumbos aceleram, dando uma dinâmica bacana ao som. Vincent mais uma vez mostra sua grande capacidade de executar bons refrãos que podem se tornar o favorito dos fãs. Ao final ainda temos um solo cheio de feeling de Blasphemer que enriquece muito o som. Uma introdução mais sombria traz “Scorcher”, que volta com a velocidade insana com blast beats e guturais mais agressivos. Certamente lembra os trabalhos mais recentes do Behemoth, mas com a pegada do Morbid Angel como tempero. Me diz como isso ficaria ruim? Com certeza a melhor do play.

Invictus” abre a trinca final com maestria, tem uma dinâmica muito bem trabalhada que explora a velocidade da bateria juntamente com riffs mais cadenciados. O refrão ecoa o título da faixa e parece te convocar para a guerra, e você quer ir para essa guerra! “Nature’s Fangs” tem uma atmosfera mais Dark, com cantos harmônicos somados aos riffs que criam uma tensão. O refrão é mais cadenciado e trabalhado e a faixa ganha mais feeling durante o solo. Fechando o álbum vêm o grande apogeu do Vltimas, com certeza a composição mais ambiciosa dos dois trabalhos: “Spoils of War“. A composiçãi tem tudo o que uma faixa de fim de álbum precisa ter, uma atmosfera épica, riffs incríveis e a bateria que dá o ritmo de forma perfeita, com ótimas variações de andamento. Vincent entrega outra performance impecável quando a faixa acaba você logo quer apertar o Play novamente.

Em relação ao seu antecessor, é perceptível uma grande evolução. É um trabalho mais ambicioso que conta com mais velocidade, mais refrãos marcantes e adição de elementos harmônicos que deixam o som mais encorpado. Pouco mais de 37 minutos que passam voando e a vontade de ouvir mais e mais é o que te faz ter certeza de que é um trabalho diferenciado. Tomara que não demorem mais cinco anos para o próximo!

Formação:
David Vincent (vocal)
Flo Mounier (bateria)
Rune “Blasphemer” Eriksen (guitarra)
Ype TVS (baixo)

Músico adicional:
João Duarte (guitarra)

Tracklist:
01. Volens Discordant
02. Epic
03. Miserere
04. Exercitus Irae
05. Mephisto Manifesto
06. Scorcher
07. Invictus
08. Nature’s Fangs
09. Spoils of War