Resenhas

Gravity Sessions

Rosetta West

Avaliação

10

Se você busca nostalgia, classe e tradição ,um momento de rebeldia — esse disco é uma recomendação forte. Jogue no fone, deixe o groove te arrastar, e mergulhe nessa sessão sonora que é tão ritual quanto rock. Você não vai sair igual de quem entrou. Rosetta West entrega mais do que um som, entrega atitude de rock n roll.

Os caras são uma banda de blues‑rock formada em Illinois na década de 1990, ainda correndo por trilhas underground até hoje. O trio — com Joseph Demagore nos vocais, guitarras e às vezes piano; Herf Guderian no baixo; e o veterano Mike Weaver na bateria — gravou “Gravity Sessions” em Chicago, no lendário Gravity Studios, em um processo rapidíssimo e quase todo ao vivo, sob a engenharia de Doug McBride. Eles trazem influências de ZZ Top, desert rock, stoner, muito Canned Heat e Steppenwolf misturadas com doses de whiskey e psicodelia.

O álbum contém sete canções, resultado de sessões gravadas em alguns dias intensos, com energia crua, espontânea e cheia de alma. A abertura com “Dora Lee” já entrega o recado: riff denso e crocante, groove pesado e vocais clássicos do Blues Rock — soa como uma mistura de Billy Gibbons alto de erva. A produção é direta e intimista, dando a sensação de estar numa sessão ritualística ao vivo.

Em “Suzie”, a energia desce para camadas mais escuras, uma levada swap blues marcante. A faixa mergulha nos elementos mais clássicos do movimento texas blues, juntamente com aquele contraste bruto e elegante que Rosetta West domina.

“Broken Glass” é a terceira faixa, e que se destaca como um momento hipnótico e lisérgico. A guitarra desliza em um padrão repetitivo e meditativo, criando uma tensão, enquanto a guitarra solo em riffs slide sinuosos dão o jeitinho “ pantanoso” à música. O arranjo é espaçoso e hipnótico! Viagem Total!

“Deeper Than Magic” empurra a veia psicodélica/folk pra frente do palco: ritmo hipnótico, guitarras que quase sussurram e uma arrebatadora sensação de deslocamento temporal. As texturas se acumulam com sutileza até prender sua atenção totalmente, é uma viagem mental total!

“Save Me” vem com um tom mega clássico. Desde o primeiro acorde o peso da distorção se faz sentir, e a voz de Demagore entrega aquilo que queremos – é um Highway song puro! Soa a couro, motocicleta e barba longa!Como um apelo espiritual. A batida é pulsante, os riffs contagiantes, e tudo converge num clímax que parece tanto uma oração quanto um grito de liberdade.

“Baby Doll” aposta mais novamente no groove clássico do blues‑rock, com riffs sedosos e solo de guitarra que desliza sobre uma base sólida de baixo e percussão, mantendo o mood sexy e cru. A mistura de vintage com psicodelia sutil flui naturalmente, criando contraste com os pesos das faixas anteriores.

Pra fechar, “Venous Blue” é uma meditação fuzz‑drenched que pulsa como um batimento cardíaco distante. O final do álbum é mais introspectivo, quase como um eco espiritual, com guitarras suaves se dissolvendo em distorção e bateria que pulsa gentil mas firme, deixando uma aura de espaço tempo suspenso

Se você curte o despojamento do desert rock e a honestidade visceral do blues, mas com pitadas de folk espiritual e psicodelia ritualística, a faixa traz aquele feeling de estar ouvindo uma sessão ao vivo gravada numa taverna mística.

Para quem gosta de referências como ZZ Top, Canned Heat e Steppewolf  — Rosetta West é o tipo de banda que você deve entrar de cabeça.’Gravity Sessions’ traz um som que é atitude old total: vibe lo‑fi, chiado de fita, e autenticidade — tudo capturado para transmitir a verdade.

“Gravity Sessions” é um convite para ouvir sem pressa, sentir cada textura e deixar o som tocar de verdade.