Resenhas

Habitat

Deep Dive Species

Avaliação

9.0

Deep Dive Species, o aclamado projeto de post rock, acaba de soltar seu novo disco intitulado “Habitat”. Composto por 16 faixas, no qual duas – “Salt nd Water” e “Adventus” – já estiveram por aqui presentes anteriormente , O disco é o segundo lançamento, o primeiro álbum e a estreia do grupo se deu em ‘Aquaphilia’, lançado em 2022.

Deep Dive Species é composta por Vadim Militsin, um veterano da cena eletrônica, conhecido por seus projetos como AUTiSM, Logica Abstracta, e Robotov-Millentrop, e Sergiy Popovich, um guitarrista e vocalista com uma trajetória rica, tendo integrado bandas como Vopli Vodoplyasova e Hey! Lubo!. Juntos, eles criaram uma fusão única de sons que transcende gêneros e desafia expectativas.

“Habitat” é o segundo álbum completo da banda, e ao mergulhar nele, somos imediatamente transportados para uma viagem sonora que oscila entre o conforto de um fundo musical e a profundidade de uma imersão total. A mistura de elementos eletrônicos e guitarras cria uma paisagem auditiva que é ao mesmo tempo reconfortante e provocativa.

A faixa-título, “Habitat”, abre o álbum com uma atmosfera envolvente, onde a calma e serena que te abraça como um acalento, é simplesmente uma introdução perfeita. Suave e angelical, criando uma sensação de movimento e exploração. Sensações essas que permeiam todo disco. O álbum em si é uma verdadeira jornada sonora, que com certeza pega os fãs de diversos estilos, uma proposta progressiva, espectral e espacial que te faz mergulhar do início ao fim.

“Afraid Of Our Own Kind”  é a faixa mais diferentes do disco, buscando batidas de grave eletrônico – a estética shoegaze é deixada de lado para levar uma aura “Ancient Hip Hop”, o violino de fundo traz ainda mais essa ancestralidade à canção.

A faixa “Arizonan” traz a tona novamente a estética espacial, um progressivo eletrônico de 5min que hipnotiza o ouvinte a cada segundo que a faixa cresce, até culminar em uma guitarra espaçada e repleta de eco e reverberação – misturando o space prog com o shoegaze, algo que a essa altura se tornara característica única do grupo.

A Última faixa, “Back to Elsinore” encerra o álbum de forma majestosa, com uma sonoridade que evoca o respiro final, o descanso após uma longa jornada. A melodia final é ao mesmo tempo nostálgica e esperançosa, encerrando “Habitat” de forma memorável.

É possível enxergar o quanto o shoegaze é a pauta principal nas composições do Duo, e isso fica mais evidente a cada faixa. Pode não ter sido intencional, mas isso coloca o grupo no patamar de atual e antenado na tendência. De “Seventy 7”, “Consequence” e “Triple Peaks”  até “Always Stay Me No More”,”Unconditional” e “Penultimate”, todas além dos elementos espaçosos e sintéticos do eletrônico, carregam guitarras sinuosas e repletas de ondas. A mistura única do duo torna o Deep Dive Species algo icônico.

Em resumo, “Habitat” é uma obra que merece ser explorada em todas as suas nuances. A habilidade de Deep Dive Species em mesclar elementos eletrônicos e acústicos, Rock e batidas de hip Hop, resulta em uma experiência auditiva rica e envolvente, que certamente deixará uma marca duradoura em qualquer ouvinte.