Resenhas

Halo

Amorphis

Avaliação

8.5

Exalando consistência e qualidade, os finlandeses do Amorphis chegam ao seu décimo quarto álbum de estúdio em “Halo”, que chega no Brasil pela parceria da Atomic Fire Records com a Shinigami Records. Retratando a epopeia nacional da Finlândia, a Kalevala, com temas líricos ricos juntamente com seu instrumental consolidado que mistura o Progressivo, Folk e Death Metal com a pegada inconfundível da banda.

Gosto muito de comparar o som do Amorphis com o som do Opeth, dadas as devidas proporções, é claro, mas a grande semelhança é na riqueza instrumental, com muitos elementos introduzidos entre os riffs maravilhosos, além da versatilidade vocal de Tomi Joutsen, que é brutal em seus guturais e encantador em seus vocais limpos.

As mudanças de andamento destacam-se em faixas como “Northwards” e “On the Dark Waters”, que abrem o álbum com aquela sonoridade já conhecida da banda. “The Moon” é ótima e conta com tais variações também, com refrão marcante e o vocais de Noa Gruman usados de forma excelente na ponte. “Windmane” tem o início mais cadenciado, mas logo os guturais tomam conta e contrastam perfeitamente com o refrão mais melodioso. Atenção para o solo de teclado impecável de Santeri Kallio.

A New Land” mantem a pegada e ainda adiciona elementos regionais em algumas passagens. “When the Gods Came” é bastante animada e bem composta para shows, seu refrão tem elementos do Folk em evidencia e se aproxima do Power Metal cadenciado do Sabaton em certos momentos. Agora o que temos são elementos do Symphonic Metal em “Seven Roads Come Together”, lembrando o Epica sem a incrível Simone Simons, mas com Joutsen conduzindo a faixa de maneira impecável.

Com um tom épico chega “War”, com mais guturais imersivos que predominam os versos. Mais um refrão cantado com muito feeling é apresentado com um dedilhado limpo harmonizando os acordes pesados. A faixa-título faz jus a escolha e tem um clima sombrio e mais sereno nos versos, onde os vocais limpos se sobressaem. Guturais são usados apenas em momentos pontuais e os vocais de Noa Gruman aparecem novamente, agora em dueto na segunda parte das estrofes e na ponte, que ainda apresenta orquestrações que somam muito.

The Wolf” nos coloca na reta final do álbum, com um andamento mais pesado, refrão com os pedais duplos ditando o ritmo e Joutsen contrastando mais uma vez com perfeição os vocais sujos e limpos. Fechando a audição temos a ótima “My Name Is Night”, que apresenta a vocalista do PaatosPetronella Nettermalm, que inicia a faixa acompanhada de um instrumental acústico com outros instrumentos de corda dando a harmonia. Joutsen entra juntamente com a bateria e cria um dueto lindíssimo com Nettermalm. A faixa mantém o clima ameno com uma atmosfera agradável que encerra de forma mágica o álbum.

Jens Bogren ficou com a produção e entregou um trabalho impecável, com tudo nivelado e bastante audível. O Amorphis provou mais uma vez ser uma banda que não decepciona em seus lançamentos, encontrou uma fórmula que tem funcionado já há algum tempo, que não é enjoativa e está mais do que consolidada pelos finlandeses. “Halo” sem dúvida alguma já figura na prateleira dos seus melhores álbuns.

Tracklist:

01. Northwards
02. On The Dark Waters
03. The Moon
04. Windmane
05. A New Land
06. When The Gods Came
07. Seven Roads Come Together
08. War
09. Halo
10. The Wolf
11. My Name Is Night (feat. Petronella Nettermalm)

Formação:

Tomi Joutsen – vocal
Olli-Pekka Laine – baixo
Jan Rechberger – bateria, teclado
Esa Holopainen – guitarra solo
Tomi Koivusaari – guitarra base e backing vocals
Santeri Kallio – telcado