O Low Levels of Serotonin é uma One Man Band, formada por Willian Gonçalves, conhecido na cena underground do interior paulista. O rapaz foi membro fundador do Desdominus. Aqui ele apresenta o segundo álbum de seu projeto “In Entrails of my Mind”.
Apesar de ele ser o único membro permanente da banda, ele não fez tudo sozinho por aqui. Gravou todos os instrumentos e produziu o play, mas contou com as participações dos vocalistas Tiago Tzpesch além de Guilherme Malosso e Douglas Martins, estes dois últimos já haviam participado do primeiro álbum “Katharsis” (2019).
Willian começou os trabalhos para “In Entrails of my Mind” ainda em 2019, mas a pandemia e todos as medidas restritivas que nós fomos obrigados a tomar, acabaram por atrasar o lançamento, que só ocorreu agora em 2022, pela Heavy Metal Rock, outro selo que merece nosso destaque, pelos bons lançamentos e pelo apoio a cena de modo geral. A bolacha também está disponível nas plataformas de streaming.
Colocando a bolacha para rolar, temos a faixa de abertura, simplesmente intitulada de “Intro“, tem pouco mais de um minuto e tem um clima de trilha sonora de cinema bastante interessante e que serve como ponte para a faixa seguinte “O Último Anseio“, a única em português, que é bem atmosférica e com vocais limpos.
“My Piece of Shade” vem a seguir e traz riffs simples e crus, além daquele clima melancólico das bandas de Doom durante quase toda sua extensão, ganhando contornos épicos no seu final. “Lost in Time” traz uma mistura de timbres sujos com outros limpos, que nos fazem lembrar de bandas como Type O Negative e Paradise Lost. “Coming Home” é instrumental e é o ponto alto do play, com um clima ameno e guitarras com um timbre bem rústico.
“Hazy Days” é uma faixa que mescla Doom com Death Metal, que funcionaria melhor se não fosse a bateria utilizada, eletrônica, cujo o som não ajuda. “Inner Blast” é uma boa canção que flerta com o Death Metal, porém, falta punch na guitarra nas partes mais rápidas. A timbragem utilizada combina bem com as partes mais arrastadas/ atmosféricas que o grupo se propõe a fazer, porém quando eles incluem partes mais “tradicionais” do Metal, a gente percebe essa “falta” na guitarra.
“Silent Rhymes of Sorrow” é a faixa de encerramento e mantém a pegada melancólica, com boas passagens. Em pouco mais de meia hora temos um álbum que se não chega a ser cansativo, também não decola.
O Doom Metal não é um estilo muito acessível e de fácil compreensão, mas “In Entrails of my Mind” pecou na produção que poderia melhorar a qualidade. As músicas tem um potencial, que se trabalhadas podem alcançar melhores resultados.
A arte do CD é bem simples e conta com as letras das músicas para que o ouvinte possa ter uma percepção maior do conteúdo lírico, que é bem introspectivo e as informações básicas sobre a obra estão presentes, para aqueles que gostam de saber a respeito do disco. Indicado somente aos reais adeptos do Doom Metal. Pode soar repetitivo e maçante para os demais.