Resenhas

Leave A Scar

Dee Snider

Avaliação

9.5

Dee Snider parece interminável aos 66 anos, com uma energia absolutamente implacável mostra as garras novamente com “Leave A Scar”, seu quinto álbum completo nesta prolífica carreira solo. Assim como em “For The Love Of Metal”, o produtor foi o frontman do Hatebreed, Jamey Jasta, contando com o baterista Nick Bellmore para a co-produção, mixagem e masterização.

A obra completa reflete a fúria do isolamento, o lockdown e o caos que nossa sociedade ainda enfrenta com a crise sanitária sem precedentes que enfrentamos com a pandemia causada pelo coronavírus (COVID-19).
Charlie Bellmore e Nick Petrino usam suas guitarras de forma esplendorosa com riffs fantásticos, numa linha tênue entre o hard rock e o metal pesado. Tanto que o tom sobe quando chegamos a “Time To Choose”, que conta com a participação de ninguém menos que George ‘Corpsegrinder’ Fisher, vocalista da icônica banda de death metal Cannibal Corpse.

“I Gotta Rock (Again)” mostra que não devemos sucumbir ao marasmo e abatimento, natural depois destas lacunas e ausências que todos tivemos a oportunidade de viver ultimamente com a pandemia, solidão, mortes, tristeza e depressão. Poderia soar piegas, mas acho surte o efeito contrário. É um som pra levantar a cabeça e sacudir a poeira (lá vamos nós de novo). E acho que “Down But Never Out” segue a mesma linha, ainda não somos cartas fora do baralho. Vamos dar a volta por cima, como a própria letra diz.

“All Or Nothing More” e “In For The Kill” são arroubos de modernidade neste álbum. Enquanto a primeira mescla clássico e moderno, a segunda tem uma linha de baixo metalcore e Dee segue “rapeando” no vocal. Percebe-se aqui as experimentações e algumas intenções de perambular entre outras vertentes, mas sem soar pedante.

“Leave A Scar” é de fato uma evolução do álbum antecessor, tem uma ambição, um rumo e um intento claro de revigorar a carreira deste cara que é uma instituição do hard rock e do metal. São 40 anos de carreira com o Twisted Sister, mas agora ele chama o público cada vez mais para refletir sobre o mundo que vivemos. O cenário é sombrio, mas as letras e as ideias de Dee Snider tem uma atitude positiva. Não daquela de que tudo são flores, mas de que devemos lutar pelo que queremos. Ao menos que sua música sirva de inspiração.

Formação:
Dee Snider – Vocal
Charlie Bellmore – Guitarra e vocal de apoio
Nick Bellmore – Bateria
Russell Pzütto – Baixo e vocal de apoio
Nick Petrino – Guitarra e vocal de apoio