“Left” do Helmet é um disco sem fôlego e pouco inspirado.
Ser jovem e gostar de rock nos anos noventa era, com certeza, uma boa maneira de escancarar a fúria da personalidade. O mundo já tinha descoberto o heavy metal, o thrash metal estava cada dia mais rápido, o punk flertava com o pop, e um tal de grunge conquistava tudo e todos… Mas no meio desse balaio, Page Hamilton e sua turma de Nova York formavam o Helmet, que mudaria o rumo do metal alternativo.
A banda lançou ótimos discos, sendo dois deles verdadeiras obras-primas do gênero: “Meantime (1992)” e “Betty (1994)”. Ouvir músicas como “Unsung”, “In The Meantime”, “Milquetoast” e “Speechless”, que são verdadeiros hinos, é muito prazeroso!
Só que o tempo passou, e Page Hamilton, que é um cara estudioso, fã da harmonia do jazz e que já trabalhou com vários nomes (até com David Bowie), parece ter perdido o fôlego e a inspiração.
E a prova disso é o lançamento de “Left”, nono disco de inéditas, lançado em 10 de novembro deste ano, que, apesar de ter algumas boas canções, não enche os olhos.
A primeira faixa “Holiday” indica que podemos ter um Helmet resgatando o peso quebrado dos bons tempos, mas essa impressão cai por terra antes mesmo da música acabar. Mesmo assim, é uma música legal.
“Big Shot” é outra que parece que vai engatar na ladeira, mas a verdade é que precisa de um empurrão para conseguir chegar até o final. Nesse sufoco todo, considero uma música até ok.
“Gun Fluf”, “Bombastic” e “NYC Tough Guy” não saem do lugar. Nem barulho fazem. Só não são mais cansativas que “Reprise”, “Tell Me Again” e “Resolution”, que já beiram o desespero.
Em resumo, se esse fosse o primeiro disco de uma banda de garotos, seria ok. Mas para uma banda icônica como o Helmet, que tanto significou (e significa) para mim e para tantos camaradas, está fraco!