Resenhas

Legacy

Ihlo

Avaliação

8.0

Temos em mãos, “Legacy“, o segundo álbum da banda britânica de Prog Metal, Ihlo. A bolacha saiu na sexta-feira (29), pelo selo britânico Kscope, nas versões em CD e LP duplo, além de estar disponível nas plataformas de streaming.

Os fãs precisaram esperar por seis anos desde o lançamento do ótimo “Union“, de 2019, quando o mundo era diferente e não tínhamos ainda a pandemia de COVID-19, que levou tanta gente. A banda, capitaneada pela dupla Andy Robinson (vocal/ sintetizadores) e Phil Monro (guitarra/ baixo/ sintetizadores) levou cinco anos produzindo o novo álbum. As composições se iniciaram remotamente, durante o isolamento social.

A dupla, que também produziu o álbum, contou com outros músicos que ajudaram durante a gravação. Foram eles, o baterista Clark McMenemy, além dos guitarristas Connor Mackie, Romain Jeuniaux e Liam McLaughlin, este último gravou violão. Parte do álbum foi gravado em uma igreja restaurada, com mais de 140 anos, localizada em Southport, no Reino Unido, o que colaborou para uma sonoridade bem rechonchuda, vamos assim dizer.

Na parte lírica, a dupla resolveu apostar em uma perspectiva crítica de como o avanço da tecnologia, ao mesmo tempo que nos ajuda demais no dia a dia, pode ser tão vazio, ao mesmo tempo que tudo isso é regido pelo capitalismo em detrimento do propósito. Claro que o fã que se recusa a ter um pensamento crítico vai discordar da banda, e dependendo do estado psíquico de quem está julgando, existirão até mesmo aqueles que irão taxar a banda de “comunistas” ou, no caso de alguns brasileiros que virão a conhecer o trabalho dos caras, chamá-los de “petistas”…

Na parte musical, “Legacy” é um álbum que tem todos os atributos necessários para um disco de Progressive Metal: os sintetizadores dando a orientação rítmica, muitas partes atmosféricas e até mesmo guitarras pesadas que aparecem aqui e acolá, durante alguns momentos, ao longo dos 68 minutos de duração e das dez faixas presentes aqui. Os destaques ficam por conta das músicas “Replica“, “Source“, “Cenotaph“, todas ricas em influências, que vão desde o Dream Theater e Symphony X até outras não tão familiares com o Metal, como a música eletrônica e o Pop Rock.

Não é um disco de fácil compreensão, como normalmente são os álbuns Progressivos, mas vai agradar em cheio aos admiradores do estilo. O Ihlo tem se destacado como uma das bandas mais promissoras da vertente no Reino Unido e “Legacy” parece que vai manter a banda com o mesmo status do álbum de estreia, ou quem sabe vai fazê-lo ainda melhor.