Resenhas

Light of Revelations

Guilherme Costa

Avaliação

7.5

Minas Gerais tem uma longa trajetória com a música e isso é um fato. Como não poderia deixar de ser, também tem seus exemplares no mundo do Metal, como o já consagrado Sepultura, além de nomes como Concreto, Eminence, entre outras tantas e a genialidade das bandas de cá parece nunca ter fim, pois sempre surge algum nome ainda levando a bandeira dos mineiros e não é diferente com Guilherme Costa e seu segundo trabalho, “Lights of Revelations”, que primordialmente trata-se de um disco instrumental, mas não se limita à isso, trazendo boas sacadas vocais em algumas das oito faixas presentes no trabalho fazendo uma mistura boa entre Hard Rock, Power Metal e alguma coisa da música regional.

“Fight Against Myself” é quem abre o disco e ilustra muito bem a temática que o disco traz, a dualidade do indivíduo em fazer o bem e o mal à si mesmo. A música tem um andamento cadenciado muito bem levado e o vocal do também produtor Gus Monsato trazem uma energia bem forte no refrão que vai acertar em cheio fãs do Alter Bridge (como este que escreve).

O lado instrumental surge em “Bloody Wars”, numa vibe que mistura Iron Maiden e Joe Satriani, mostrando boas sacadas do guitarrista (não o limitando, pois o cara é um multi-instrumentista). Há ótimas passagens ali, heavy metal puro aliados à boa técnica. Ainda seguindo a linha instrumental, “Inside My Mind” já parte para uma linha “bluesistica”, que apesar de ser executada muito bem, parece meio caída de paraquedas pelas duas anteriores, mesmo que o intuito do músico seja mostrar exatamente sua versatilidade, mas confesso que não me cativou ela aparecer nesse momento.

De volta as faixas cantadas, “Rising Star”, cantada por Jefferson Gonçalves é um baita balada e com um tema muito tocante. Fala sobre o cachorrinho morto espancado por um segurança em um supermercado e que melhor forma de homenagear aqueles serzinho que morreu de forma de tão cruel como uma linda faixa dessas, das que figuram entre as melhores do disco.

“The Sound of Hope” é outra instrumental e traz um hard clássico, bem ao estilo do Mr. Big e bacana de se ouvir, que prende. “An Invitation To The Soul” segue ainda nessa linha e traz uma ótima sacada acústica que me remeteu à balada do Mötley Crüe “Loveshine”, do homônimo.

A faixa título “Light of Revelations” chega toda intricada com ares de Malmsteen e logo transborda numa sacada bem Angra em sua segunda formação. Os vocais ficam de novo à cargo de Gus Monsato que que aqui faz algo próximo à Nando Fernandes em sua passagem pelo Hangar. É power metal limpo e bem montado em destreza. Ótimo refrão e que solo maravilhoso dá as caras por aqui. Fez valer ser a principal do trabalho.

“Homeland” é quem fecha o trabalho. E é mais uma instrumental que mostra a melhor desse estilo do disco todo, a mescla de baião e metal não é nova, mas ainda assim surge como uma grata surpresa e muito bem encaixada, as progressões surgem de modo natural e soam de bom grado. Belo encerramento.

Ainda ressalto aqui a ótima produção do disco à cargo do já citado Gus Monsato e de Celo Oliveria que fizeram um belo trabalho, que tudo soa bastante limpo e de clareza em cada detalhe. Ótimo trabalho de mais um expoente de Minas e que tem muito para brilhar ainda.

Tracklist

1. Fight Against Myself (feat. Gus Monsanto)
2. Bloody Wars
3. Inside my Mind
4. Rising Star (feat. Jefferson Gonçalves)
5. The Sound of Hope
6. An Invitation to the Soul
7. Light of Revelations (feat. Gus Monsanto)
8. Homeland