A alucinante banda Sir-Vere apresenta o disco ‘Lovescope’. Ricas em versatilidade sonora, as onze canções são uma odisseia emocionante e transcendental. A música de Sir-Vere é um lembrete do rock alternativo com fusão de diversos estilos musicais que ultrapassa os limites e a sonoridade da cultura alternativa.
‘Lovescope’ representa a marca única da alma da banda. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais progressivo e grandioso. O som bruto da banda combina elementos de rock alternativo, pós-punk, eletrônica e EBM de várias épocas, com um toque de dance, em um caldeirão rodopiante de guitarras densas e sintetizadores sônicos impulsionada pelo groove. Com esse disco provam que seguem com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária dos integrantes.
Logo na primeira faixa, “Angel of Death”, percebemos aonde a banda quer chegar – ou achamos isso. A faixa tem uma pegada mais suave e até tons de SKA, mas engana quem acha que o disco todo será assim, onde provam que são uma banda em constante avanço com uma sonoridade que remete a outras bandas, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “Peer Pressure”, já mostra o lado multifacetado remetendo ao dance, com elementos de The Chemical Brothers e Fat Boy Slim – na forma da atmosfera dançante mas sombria. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto a banda adora dobrar e moldar gêneros musicais. Esta é a minha preferida, pela profundidade e composição.
Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos eletrônicos, seu som está amadurecendo em algo único. Em “Misophonia”, a banda mantém o espírito do dance mas também incorpora o post punk e exala técnica e talento – por isso adorei essa banda, ela mistura diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Bad King Kingdom” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com uma batida dura e se junta ao lick de guitarra distorcido que é compacto e suave, nostálgico e remete ao rock alternativo, mas também tem tons de EBM, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e uma melodia que nos faz viajar, sendo uma canção com mais balanço e vocais sensuais.
“Destroya” destila a melancolia penetrante e intimista com uma vibe muito dançante, em um refrão cheio de guitarras e vocais hipnotizantes, lembrando muito clássicos dos anos 90, nos fazendo ficar ligado. “Lovescope” é uma uma viagem mais rock’n’roll mas com muito balanço, onde entendemos a genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, que tem lirismo cativante e lembra U2 e Beck.
Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “The Crazies”, sendo a música mais densa leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. “Carousel” injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo uma sonoridade mais densa e sensual, perfeita para pistas de dança mais sombrias nos elevado ao exctasy. “Legion” chega com o instrumental extenso e alucinante, mostrando as mentes brilhantes dos garotos do Sir-Vere, e com certeza, é a faixa mais comercial do disco. Seguindo por “Emotional Lockdown”, que entrega uma forte mensagem. Fechando o disco, “Bad Choices” coloca fim a essa viagem maravilhosa, com um toque especial de Depeche Mode e despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo do Sir-Vere. Essa última faixa traz o lado mais pesado e denso, destilando a nostalgia e o momento sombrio. Com uma técnica e estilo perfeito que remete aos clássicos geniais de bandas grandes.
‘Lovescope’ mantem a frequência, conduzindo o ouvinte em uma viagem sonora inesquecível, com destaque na forma como a banda misturou referências dentro do rock e eletrônico de uma maneira peculiar criou um trabalho atemporal perfeito para os fãs do estilo, conversando diretamente com seu instrumental e com o ouvinte, transmitindo diversos sentimentos de forma satisfatória.