Resenhas

Deathmatch

Luna Kills

Avaliação

7.0

Sempre que a cena finlandesa nos apresenta uma banda, é bom prestar atenção, afinal, há anos o gélido país nórdico nos tem presentado com boas bandas que vão do punk ao metal. E nessas, seu mais novo rebento é o quarteto Luna Kills, que debutou em maio desse ano com “Deathmatch”.

O grupo conseguiu colocar em seu som influências de metal alternativo, nu-metal, eletrônica, sintetizadores, metalcore, metal alternativo, pop e até trilha sonora de vídeo game. Tem de tudo um pouco ali acontecendo ao mesmo tempo, não dá para reclamar de monotonia no som do Luna Kills. Se aqui na América Latina somos mais tradicionalistas sobre o que é o “verdadeiro metal”, parece que além do Luna Kills, bandas como Ocean Grove, Vukovi e Blind Channel estão indo na contramão de forma consciente.

De alta intensidade, o quarteto comprimiu dez faixas em pouco mais de 35 minutos. As longas letras, escritas pela jovem vocalista Lotta Ruutiainen, são relatos bem pessoais: “Eu tomei a decisão desde o começo que eu mesma deveria escrever as letras como forma de ser verdadeiramente honesta em sentir as músicas, eu quero saber sobre o que estou cantando”. Assim como a também vocalista Janine Shilstone (Vukovi), Lotta não esconde suas emoções, medos, anseios e frustações, inclusive o disco é dedicado a “todos que estejam encarando tempos difíceis ou lutando contra problemas de saúde mental”.

O melhor fica para as faixas mais voltadas ao rock do que ao metal. É nelas que Lotta brilha com seus vocais capazes de irem, com muita desenvoltura, da doçura ao ódio em questão de segundos. A garota arrasa na energética “Leech”; na semipop “Sugar Rush”; em “Waves” que percorre do melódico ao peso e arremata de forma primorosa em “Fever Dream”, sua performance mais arrebatadora do disco.

Considerando que esse é o primeiro disco do grupo, que esperou pacientemente a oferta de alguma gravadora que respeitasse suas condições artísticas, “Deathmatch” (2025) entrega um material bem satisfatório, sem dúvidas também graças ao trabalho do experiente produtor e conterrâneo Tuomas Kokko.

“Deathmatch” (2025) foi lançado no Brasil pela parceria Shinigami Records com a SharpTone Records e fica minha sugestão para uma audição, dá para achar muito coisa interessante ali.

Formação:

Lotta Ruutiainen: vocais

Samuli Paasineva: guitarra

Jimi Kinnunen: bateria

Lassi Peltonen: baixo

 

Faixas:

01 Love u

02 Leech

03 Sadist

04 Sugar Rush

05 Slay Ur Enemies

06 Hallucinate

07 Waves

08 Get Mad

09 Burn The World With Me

10 Fever Dream