Resenhas

Mortem Solis

Krisiun

Avaliação

9.0

Após 4 anos de longa espera, o Krisiun nos presenteia com “Mortem Solis”, o álbum de número 12 do maior power-trio formado por irmãos da cena. Prejudicados pela pandemia, eles só puderam entregar este álbum agora em 2022. Os fãs não perderam por esperar, pois aqui os brasileiros não apresentam nada menos do que o velho Death Metal pesado, extremo e violento.

Lançado pela Century Media, selo com o qual a banda trabalha há mais de vinte anos, a bolacha foi lançada mundialmente na última sexta-feira, 29. Gravado em São Paulo, no Family Mob Studio, com mixagem e masterizacão por Max Lewis, em Nashville. A arte da capa, bela por sinal, é do renomado Marcelo Vasco e o título do álbum significa “morte ao sol”, retirado do Latim.

Vamos colocar a bolacha para rolar e conferir cada uma das dez músicas presentes aqui, cada uma com o equivalente a 10 toneladas de TNT. Abrindo o play, temos a brutal e pesadíssima “Sworn Enemies” traz o Krisiun veloz e matador que nós sempre esperamos. E eles o fazem com excelência. “Serpent Messiah” é uma mistura de riffs sujos com outras partes mais limpas, tendo Moysés Kolesne executando um ótimo trabalho por aqui.

Em “Swords into Flesh” temos mais outro massacre sonoro destes caras. Max Kolesne sem pena do seu kit de bateria, simplesmente destrói tudo, mostrando mais uma vez porque é o baterista mais rápido da atualidade. É a trilha sonora do final do mundo. “Necronomical” é bem arrastada na primeira metade e depois eles aumentam um pouco o andamento. Não fica tão rápida quanto as anteriores, mas os resultados alcançados aqui são ótimos e essa é uma das faixas que merecem destaque.

Tomb of the Nameless” devolve o play ao caminho do caos e da destruição. Outra música veloz e agressiva, com uma ou outra alternada no andamento, mas o que predomina são os riffs e batidas a velocidade da luz. Uma pequena pausa para a intro “Dawn the Sun Carnage“, que dura menos de dois minutos e logo eles retornam com a quebradeira em “Temple of the Abattoir” e em “War Blood Hammer“, onde os caras descem a lenha e deixam as músicas maravilhosamente pesadas e lindas.

As duas faixas finais são “As Angels Burn” e “Worm God” são mais dois petardos, sendo a primeira de uma violência absurda e a faixa derradeira ainda mais veloz, o que certamente vai gerar ótimos moshpits quando os caras tocarem ao vivo. Chega a ser inacreditável o poderio que uma banda com apenas três membros é capaz de apresentar, mas quem já os viu em cima dos palcos pode entender. Eles passam por cima de tudo como um rolo compressor. Sem dó nem piedade.

Em breves 40 minutos eles destroem tudo que vêem pela frente e entregam um disco que é a cara do Krisiun. Pode parecer repetitivo para quem não é muito aprofundado no estilo, mas as músicas são diferentes entre si e possuem estruturas bastantes complexas, a produção também ajuda muito no resultado do álbum e o fator mais importante, eles são honestos e praticam seu som com amor e dedicação. Por tudo isso a banda hoje é a maior referência do Brutal Death Metal na atualidade e levam consigo uma legião de fãs leais.

Em mais de 30 anos de existência, os irmãos podem não ter nada mais a provar, entretanto eles mostram que é preciso apresentar qualidade para se manter no topo. “Mortem Solis” é mais uma dádiva apresentada por esse trio e isso só nos enche de orgulho, pois contém o selo “Made in Brazil”. Chega com força para concorrer entre os melhores do ano.