Resenhas

My Veneration

Patriarchs In Black

Avaliação

8.0

Quando o guitarrista Dan Lorenzo (Hades/Non-Fiction) e o baterista Johnny Kelly (Type O Negative/Danzig/Quiet Riot) se juntam para fazer música, algo de muito interessante vai aparecer. E se houver convidados de luxo, as coisas só vão melhorar. Acredite!

 

Estou falando do projeto (ou seria uma banda?) Patriarchs In Black, que nos apresenta o espetacular “My Veneration’, segundo álbum desde que surgiram, em 2022.

“Dead or Die”, que abre o disco de forma visceral, é uma canção com elementos de stoner clássico e hard rock e, mais que isso, tem as participações de Karl Agell (Corrosion of Conformity) nos vocais, enquanto o baixo fica sob a responsabilidade de Dave Neabore (Dog Eat Dog). E as primeiras palavras nos entrega um duro golpe na face: “There’s only fear when it comes near – For the dog or for the man (“Só há medo quando ele se aproxima – para o cachorro ou para o homem”). Oloco!

Sombria como uma canção do Black Sabbath, “Show Them Your Power”, é um doom metal de alto nível, cantada por Mark Sunshine (RiotGod/Unida) de forma espetacular.

Em “Lust For Lies”, o vocal fica por conta de Bob Traynor (Black Water Rising/Dust to Dust), que rasga a voz no melhor estilo Entombed. E para temperar um pouco mais, tem a ilustre participação de Johnny Araya (irmão de Tom Araya do Slayer) no baixo. Nesta letra, assim como no disco todo, tem uma estrofe que cabe reflexão: “When the truth is a bitter lie it’s easiest to tell” (“Quando a verdade é uma mentira amarga, é mais fácil contar”).

Uma das faixas mais legais do álbum, “Veneration” mescla a versatilidade vocal de Mark Sunshine com a levada inconfundível de Darryl D.M.C. (Run-D.M.C.), além de Anthony Vitti no baixo e Emma Smoker no violino. Honestamente, eu não contava com essa junção de peças, mas é como dizem por aí, “o bagulho ficou louco!”.

Kelly Abe, participante do Battle of Ozzfest (programa de TV), se encarrega de fazer os vocais (ou as rimas) de “Non Defectum” e pra acompanhá-lo, Eric J. Morgan (A Pale Horse Named Death) manda uma linha de baixo endiabrada.

Além dos membros fixos da banda, a faixa título “My Veneration” tem um timaço de convidados. Na parte vocal temos o suíço Gianni Pontillo (Pontillo and The Vintage Crew), John Kosco (Dropbox/Saint Caine) e novamente, Kelly Abe. Além dos nomes citados, Jonathan Eng. faz os violinos, enquanto Paul Walter entrega os teclados. E o clima segue sombrio, mas com doses de melodias que lembram Chris Cornell na fase Audioslave. É uma música que bate forte!

Bobby Jensen (Paul Stanley da Hairball, banda cover de Kiss) é o frontman na música “Dead and Gone”. Aqui, mais uma vez, Eric J. Morgan se mostra um belíssimo baixista, cheio de arranjos originais e um solo certeiro, que eleva o nível da coisa toda. A faixa é ótima e se quiser repetir, tá liberado!

“Crooked Smile” combina a voz de John Kosco, o baixo de Eric J. Morgan e o órgão de Scott Mueller, que em alguns momentos trava bons duelos com os solos de Dan Lorenzo. A letra é ótima (pra variar) e vale destacar o trecho: “How many problems can one man take before he starts…he starts to break?” (“Quantos problemas um homem pode enfrentar antes de começar… ele começa a quebrar?”). Isso é forte demais!

Kelly Abe é, mais uma vez, o cara dos vocais em “Heaven Burn”. A música é um stoner com elementos grunge da linha Stone Temple Pilots. Tem sua força!

“Hallowed Be Her Name” traz um Bobby Jensen com o vocal inspirado, Eddie Heedles (A Pale Horse Named Death) nos solos de guitarras e no baixo, John JD DeServio (Black Label Society). A letra é sombria, com temática pagã que afronta o cristianismo o tempo todo e sem meias palavras.

Pra fechar o álbum em alto nível, Dan Lorenzo e Johnny Kelly escolheram “Digital Lies”, que faz duras críticas ao doutrinamento que as mídias sociais e todo o universo digital, impõem às pessoas. Ou seja, é uma letra extremamente necessária.

Na versão deluxe (ou digital) ainda tem duas versões: “I Stole Your Love” do Kiss (com Bobby Jensen nos vocais, o Paul Stanley cover) e “Hole In The Sky” do Black Sabbath (com John Kosco nos vocais).

É um belo disco, com uma linda capa e ótimos convidados. Vida longa ao Patriarchs In Black. Ouça!