O que seria do Battle Beast após a saída de Anton Kabanen? O guitarrista e compositor agora se dedica ao seu novo projeto Beast In Black (em breve também faremos uma resenha de seu trabalho mais recente). A encarnação da banda pós-Kabanen recupera parcialmente a antiga glória obtida no início da década, conseguindo se distanciar das contribuições anteriores do antigo compositor ao grupo. “Bringer of Pain” (2017) foi um primeiro passo, ainda que passando por um processo de reestruturação, mas agora neste disco a formação parece mais sólida.
A vocalista Noora Louhimo aparece de forma excepcional, numa performance mais pop na faixa “The Hero”, assim como as composições seguem uma direção mais sinfônica e com presença marcante dos teclados. “Unbroken” e “Eden” são faixas que podem ser classificadas no melhor estilo metal sinfônico, se tornando tranquilamente hinos dos fãs do gênero. A épica “Raise Your Fists” pode ser pinçada como uma das melhores músicas do álbum, sem dúvida a mais inspiradora.
“Piece Of Me” praticamente renuncia a todos os recursos utilizados pelas bandas de metal melódico e sinfônico, deixando apenas o “metal” em evidência.
Por outro lado, as baladas “Bent And Broken”, “Endless Summer” e “I Wish” destoam do resto do disco, extremamente “açucaradas” e perdidas em meio a músicas mais poderosas. Uma “escorregada” neste trabalho até então promissor do Battle Beast. Nota-se que os músicos ficaram divididos entre serem mais pop ou soarem como uma banda de metal mais “raiz”, o que causou uma inconsistência na obra como um todo.
Talvez se tivessem separados as faixas mais “pop” e as mais “metal” em álbuns diferentes, o resultado teria sido mais satisfatório. Quero deixar claro que o trabalho é bom, mas correu um sério risco acabando com o poder e a vitalidade das músicas perante os ouvintes.
