Resenhas

Ordinary Man

Ozzy Osbourne

Avaliação

9.0

Se Ozzy quis dar margem para cada fã interpretar sua própria versão do disco, ele conseguiu. Há quem diga que é um disco de despedida, há quem diga que é um disco de experimentações, há quem diga que Ozzy Osbourne está mais ativo do que nunca, há quem diga que este álbum remete a mostrar que ele está superando as doenças passadas, e assim sucessivamente. Cada um interprete da forma como quiser, é uma incógnita para os ouvidos.

Após dez anos do último disco de inéditas (Scream, 2010), a voz de Ozzy está ótima se for levar em consideração a idade e algumas complicações de saúde.
Para deixar os fãs mais curiosos ainda, o disco conta com participações de dois integrantes do Guns N’ Roses (Slash e Duff MCKagan), Elton John, Tom Morello (Rage Against The Machine), Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), entre outras.
A partir dessas parcerias, qualquer pessoa que acompanha o trabalho de Ozzy Osbourne em carreira solo ou no Black Sabbath ficará ansioso para saber o que virá nesse disco.
Abrindo com Straight to Hell, pesada e marcada. Dá pra sentir a guitarra de Slash e é uma ótima música de entrada. A canção é um dos hits deste álbum, com a voz marcante e o refrão, além da guitarra já mencionada.
Seguindo pela ordem, All My Life, uma das mais simples, mas não para deixar de lado. A polêmica Goodbye soa como um adeus/até logo/até mais ou qualquer outro adjetivo de despedida que se possa imaginar. Como disse no começo, é um disco de interpretações. Ao dar play em Goodbye, claramente, nota-se uma referência a “Iron Man”, um dos maiores sucesso de sua carreira. Ozzy sabe fazer a ponte para nos assimilar uma música com outra, até porque isso envolve várias curiosidades dentro do álbum.
Quarta faixa, música que intitula o disco, com participações de Sir Elton John no piano e Slash na guitarra. Refrão que gruda na cabeça, mais uma radiofônica e experimental. Talvez lembre “Dreamer” para os mais jovens. Ao meu ver Ozzy fez essa música pensando na voz de Elton John.
Depois dela vem Under the Graveyard, que aconselho ouvir assistindo o belo clipe, inspirado na vida do jovem Ozzy “junkie” da década de 70. Não é a melhor do disco, o clipe salva.

A sexta faixa, Eat Me, tem tudo para ser uma faixa ruim, mas a gaita no começo e o baixo soam curiosos. Depois de alguns segundos, dá para perceber que estamos dentro de um disco do Ozzy Osbourne. Vale dar créditos para Chad Smith, pois a percussão é marcante também.
Já a sétima música, Today is the End, é uma lado B, nada a declarar.
Scary Little Green Men liberou recentemente um teaser de um videclipe com Jason Momoa no papel de Ozzy. A música é bem agitada com teclado e bateria seguindo a melodia. Uma das preferidas quando coloco para ouvir em Ordinary Man.
A nona faixa desse álbum, Holy For Tonight, eu particularmente não gostei tanto. Não sei e é porque estamos acostumados com Ozzy mais obscuro, mas essa é a clássica música “fim de disco” que ele vai tocar num show ou outro. Quem sabe mais pra frente eu ou qualquer outro fã chato acabe gostando dessa, não é?
E mais um “feat.”, agora It’s a Raid, com o rapper Post Malone nos vocais. Música rápida, de novo, e com essa surpresa de um rapper num disco tão aguardado do Príncipe das Trevas. Ficou bem interessante, e eu aposto que a imprensa está comentando até agora essa parceria inusitada.
Pra fechar, Take What You Want, uma faixa bônus de uma música de Post Malone que Ozzy ajudou nos vocais. Um rap lançado em 2019 no disco Hollywood’s Bleeding. Provavelmente deve ter gerado mais conforto para o público do rap. Mas nessa altura do campeonato, Ozzy Osbourne não precisa provar mais nada. Está mais do que certo em experimentar e chamar convidados para seu trabalho.
Em “Goodbye”, ouvimos “Todos os meus amigos estão me esperando”.
Não sabemos se isso é uma ironia ou se é realmente uma despedida. Ao que sabemos é que Ozzy perdeu alguns amigos, está numa idade avançada e continua fazendo trabalhos ótimos. Em janeiro deste ano, o vocalista anunciou que está com Parkinson, uma doença sem cura, mas tratável. Ainda assim ele emociona qualquer um!