Resenhas

Sabbatical Spells

Pombajira

Avaliação

8.0

Direto do Rio de Janeiro, cidade purgatório da beleza e do caos, o quarteto Pombajira ofertou na encruzilhada seu segundo disco, “Sabbatical Spells” (2025).

 

Direto do Rio de Janeiro, cidade purgatório da beleza e do caos, o quarteto Pombajira ofertou na encruzilhada seu segundo disco, “Sabbatical Spells” (2025).

Apesar do nome do grupo remeter a Pomba Gira, entidade espiritual da Umbanda e Quimbanda, o foco da banda não é fazer letras em sua menção ou a outras entidades da religião afro-brasileira, mas sim temas ligados “a escuridão das ruas, a possessão pela noite, álcool, perdição, espíritos que nos guiam em solene cerimônia, vida e morte, amor e ódio. Também a irreverência e zombaria contra o vigente e o poder. O burlesco e o profano.”

O instrumental é fortemente inspirado no doom/heavy do final dos anos 70/meados 80. Do “pai de todos” Black Sabbath, passando por Saint Vitus, Pentagram, Venom, Hellhammer e – gratíssima surpresa – muito de Cathedral, finada banda inglesa que deixou um legado de excelentes discos e cujo som tinha uma puxada mais para o rock setentista, vertente que os cariocas sabem fazer muito bem, vide “O Jugo Da Dor”, “No Light Will Shine” e “Entre A Morte E A Ressurreição”.

Parece que o período de seis anos desde a estreia com o autointitulado disco até aqui fez mesmo bem para o grupo: mais maduro, com formação estabilizada contando com o excelente baixista Daniel Lessa e agora com uma produção caprichada que fez “Sabbatical Spells” (2025) ser um disco muito bom.

O Pombajira tem que ter atenção daqui pra frente com os efeitos nos vocais e da sobreposição do volume dos tons da bateria nas viradas. Recursos válidos e bem utilizados na gravação de Marco Anvito e mixagem/masterização de Kleber Hora “Bin”, mas que se usados em excesso, podem tornar as músicas cansativas. Já os “Uh!” foram tão bem encaixados que deixariam o sisudo Tom Warrior feliz.

Disponível em CD com livreto de doze páginas, “Sabbatical Spells” (2025) é um lançamento da Red N´Black Terror, Fábrica Merch, Cianeto Discos e Blizzard Records.

Saravá, mizifio!

Formação:

Élson Rocha: vocais

Márcio Blizzard: guitarra

Daniel Lessa: baixo

Thiago Splatter: bateria

 

Faixas:

01 Nothing But Death

02 O Jugo Da Dor

03 Ride With The Deathlike

04 Declínio Perpétuo (instrumental)

05 No Light Will Shine

06 Sabbatical Spells

07 Entre A Morte E A Ressurreição

08 Písen Pro Satana (Root cover)