Resenhas

Pressure Island

Nomad Disco

Avaliação

9.5

Nomad Disco, originários de uma esquina obscura em que o post-punk se encontra com uma sutil aura de shoegaze, revela o seu novo álbum, “Pressure Island”. Formada por mentes inquietas, o grupo teve seu embrião em uma cidade que respira arte e contracultura, a famosa Praga, da República Tcheca.

A jornada musical de “Pressure Island” começa com uma “Intro” mergulhada em guitarras lúgubres, preparando o terreno para a odisseia que está prestes a se desenrolar. Abrindo as portas do sombrio paraíso, “Napoli” se revela como um som leve e pálido, que te coloca em um ambiente frio e um intimismo musical ímpar, com batidas pulsantes e riffs que flertam com o caos controlado.

“Praha”, nos envolve com sua fusão de elementos góticos, post-punk e a hipnotica aura shoegaze, te colocando para dançar com as paredes, enquanto “Coma” nos lança em uma espiral sonora, em meio a camadas lentas e melódicas que nos prendem num transe catártico. Em “Flashbacks”, outra faixa instrumental, os dedilhados de introdução e o pulsante contrabaixo te preenchem de forma inspiradora e contemplativa, repletas de texturas que nos envolvem como um cobertor musical.

O álbum mergulha no ritmo mais “rock” em “Despair”, onde as notas reverberam um ritmo mais dançante e alternativo, pegando a atmosfera e aura anos 2000 da música alternativa, a bateria recheada da presença de pratos e o baixo grave e levemente distorcido ganham nossos ouvidos quase que instantaneamente – é como ouvir Queens of Stone Age + Christian Death juntos em um feat. Em seguida, “Enter The Torture Room” vem com peso e densidade, abrindo o espaço como forma de Intro para a faixa seguinte, onde cada nota soa como navalhas cortantes.
Chegamos, então, ao clímax com “Torture Room”. A faixa-título do álbum, uma sinfonia intensa e hipnótica, onde a instrumentação e os vocais convergem para criar uma atmosfera sonora densa, brutal e pesada, uma faixa que foge de tudo que foi feito até agora no disco – trazendo uma faceta pesada e agressiva do grupo.

Refletindo sobre essa jornada, “Pressure Island” destaca-se por sua fusão única de elementos, estrategicamente posicionados para criar uma narrativa sonora. É uma experiência que aproveita as fronteiras do post-punk e do rock alternativo, mas que implanta fórmulas novas e inovações, consolidando um espaço sonoro entre o pesadelo e o sublime.

Num convite ao ouvinte, “Pressure Island” oferece uma experiência nova e muito pertinente, uma fuga que mergulha nas complexidades da existência, evocando emoções que ecoam para além dos confins de um mundo digital. Em suas próprias palavras, Nomad Disco revela: “Pressure Island é uma reflexão sobre o escapismo, a propaganda de guerra e os limites de uma prisão digital. Uma viagem sonora que vale a pena ser explorada.” Então, caro ouvinte, embarque nesta jornada. Descubra as nuances de “Pressure Island” e permita-se perder-se na magnífica confusão deste oásis musical.