Resenhas

Profane Prayer

Suicidal Angels

Avaliação

9.0

Essa é uma das bandas que eu tenho prazer absoluto de escrever sobre. Os gregos do Suicidal Angels apresentam um Thrash Metal empolgante, com aqueles riffs cortantes e uma energia onde fica impossível não gostar do som da banda. “Profane Prayer” é o oitavo álbum de estúdio dos caras e chega dia 1º de março pela Nuclear Blast/Shinigami Records no Brasil. Os singles já lançados já dão um gostinho do que está por vir, então a expectativa ficou elevada para que ao menos o nível de qualidade seja como a do álbum anterior, “Year Of Aggression”, de 2019. Então vamos descobrir juntos se é tudo isso mesmo.

A primeira faixa também foi o primeiro single, “When The Lions Die“, que já começa com alguns elementos diferentes do que se costuma ouvir no som dos caras. Logo na intro temos harmonias mais melódicas e com uma atmosfera mais épica, densa, onde um enriquecimento da melodia é notável. Aqueles riffs matadores estão presentes e logo tomam conta da corrida. Uma ótima faixa de abertura e me arrisco a dizer que é a melhor introdução de um álbum da banda.

O trabalho é intenso, uma chuva de riffs intensos é entalhada em seus ouvidos. Você sente que há um capricho mais esforçado nos pequenos detalhes, um acabamento mais refinado nas faixas em comparação aos últimos álbuns. “Crypts Of Mind” resgada o Thrash mais cru dos primeiros álbuns, lembrando algo do “Dead Again” (2010), isso somado a um trabalho destruidor nos solos, muito bem executados. O mesmo podemos dizer de “Purified By Fire“, o segundo single do álbum, que tem um destaque em Orfeas Tzortzopoulos, o ótimo baterista do Suicidal Angels. Ainda se atente a passagem com compasso mais cadenciado e com um riff denso no último terço da faixa.

O álbum conta com duas faixas mais longas, ambas épicas e incrivelmente satisfatórias. A primeira delas é “Deathstalker“, que começa com um intro acústica, algo não tão comum para a banda. Seu andamento é progressivo e se inicia mais cadenciado e pesado, com harmonias bem encaixadas que trazem uma pegada melódica, algo que lembra o que o Kreator tem feitos nos últimos álbuns. O compasso acelera um pouco na parte do primeiro solo e se mantem assim até a ponte, onde temos uma passagem com vocais limpos, com participação de Sakis Tolis (Rotting Christ), Efthimis Karadimas e Fotis Benerdo (ambos do Nightfall). Uma faixa que expande os limites da banda, em uma linha menos Thrash.

A agressividade retorna com a faixa-título. Mais uma chuva de riffs, marca registrada da banda, com um ataque sonoro da bateria dando aula nas viradas e no bumbo duplo. O refrão não chega a ser marcante, mas é empolgante de todo modo. “The Return Of the Repaer” resgata o que foi feito no álbum anterior, com uma pegada menos veloz, ainda assim, bem pesada e cheia de energia principalmente no refrão.

Um baixão pesado de Angel Kritsotakis traz “Guardian of the Insane“, Thrashão na veia com muita velocidade e refrão marcante. O destaque, além do baixo, vai para os ótimos solos de guitarra de Gus Drax, que faz outro excelente trabalho nesse álbum. Já nos encaminhando para a reta final temos a insana “Virtues Of Destruction“, essa que é a música mais direta e reta do álbum, com pouco menos de 3 minutos, mais veloz e com aqueles riffs triturando seus ouvidos.

A outra faixa longa que foi citada acima é “The Fire Paths of Fate“, que fecha traz o iminente final com um trabalho impecável de todos os membros. O andamento é médio, com muitos grooves na bateria e riffs menos cortantes, uma voz feminina faz a harmonia que é muito bem encaixada nos momentos em que aparece. A faixa cresce da metade para o fim, com uma passagem onde quem brilha são as guitarras, com uma ótima performance de Drax em outro solo fantástico. Faixa digna de final, uma obra perfeita que abrilhanta mais ainda o grande trabalho da banda.

Gigantes! Esses caras estão cada vez maiores na cena do Metal, a cada álbum lançado a qualidade só vai aumentando. Hoje, quem escutar o novo álbum ainda consegue identificar que são os mesmos vocais tímidos de Nick Melissourgos em “Eternal Domination” que ecoam tão fortes e seguros em “Profane Prayer“, não há perda de identidade. A produção se mostra muito competente e passa a sensação de que subiu um degrau em relação aos álbuns anteriores, teve um tempero a mais, o que faz parecer que a banda busca um algo a mais, sair da zona de conforto sem perder sua essência. Começamos bem esse 2024 com um álbum que já tem um pézinho naquele top 10 do final de ano.

Formação:
Nick Melissourgos – Vocal/Guitarra
Gus Drax – Guitarra
Aggelos Lelikakis – Baixo
Orpheus Tzortzopoulos – Bateria

Tracklist:
01. When The Lions Die
02. Crypts Of Madness
03. Purified By Fire
04. Deathstalker
05. Profane Prayer
06. The Return Of The Reaper
07. Guard Of The Insane
08. Virtues Of Destruction
09. The Fire Paths Of Fate