Resenhas

Ragnarök in Berlin

Nordstahl

Avaliação

9.0

Nordstahl, uma banda de metal industrial originária de Hamburgo, Alemanha, emerge com seu novo álbum ‘Ragnarök in Berlin’, trazendo uma sonoridade crua e direta, que vai agradar especialmente os fãs do estilo mais tradicional do gênero. A banda entrega uma performance densa e brutal em todas as 7 faixas do álbum.

A abertura com “Midgards Schlaf” é um convite para o mundo pesado e sombrio de Nordstahl, com instrumentação épica, riffs pesados e vocais sombrios e sussurrados. A faixa ganha potência com os vocais mais potentes e pesados, e claro, impossível não lembrar o Rammsteins, mas Nordstahl entrega algo a mais, o seu tempero especial.

Tempero que vemos na faixa-título, que mantém o ritmo cadenciado e grave, emulando o som gordo e distorcido do metal industrial, mas com toques de sintetizadores fortes retirados do EBM dos anos 80, inpirados em Front 242 e Nitzer Ebb – uma faixa de metal mas dançante, perfeita para rádios. Em “Bifröst brennt”, o tom agressivo característico do grupo continua. Detalhe interessante é os vocais em coral, que remetem mais para o lado do metal singônico moderno, mas mantendo o peso do metal industrial, com riffs de guitarra que enfatizam ainda mais a violência do som.

Mantendo a mitologia nórdica, que é o tema do disco, a faixa “Mjölnir” traz a história do martelo da proteção e fertilidade dos homens e dos deuses empunhado por Thor, continuando a brutalidade do metal mas com melodia. Essa, com certeza, é uma faixa perfeita como single, que tem tudo para ser a música que será a mais energética e cantada pelos fãs em um show.

Enquanto, “Jörmungands Kreis” explode com uma introdução sombria que é como se convidasse o ouvinte para uma história brutal que está por vir. Os riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça, enquanto mantém a melodia épica. Nessa canção a banda deixa o industrial um pouco de lado, para se dedicar ao viking metal em uma mistura ao sinfônico moderno, em uma mistura inusitada e única do que é o som do Nordstahl.

“Lokis Lügen” entra no panteão das baladas. Aqui a banda diminui o ritmo, em um ode ao Deus Loki. Os vocais estão mais agressivos, pesados, como se cantasse um clamor. O peso dos riffs estão em sua melancolia, sendo a canção mais densa e sentimental do disco.

Para encerrar, “Friggs Falscher Trost”  entrega uma faixa dilacerante, com uma introdução apaixonante graças aos vocais femininas, a faixa se apresenta como um encerramento épico.É a faixa mais complexa e diferente do disco, com variações rítmicas e um trabalho de solo mais melódico, a faixa é uma explosão de dinamismo sonoro épico e incontestável. Aqui temos nitidamente as influências do metal sinfônico e toda a beleza de bandas como Within Temptation, Epica e Xandria – eu adorei.

Nordstahl se aventura muito além dos limites do estilo tradicional de metal industrial ou sinfônico. O grupo não pisa no freio quando o assunto é criar melodias mais inovadoras e não convencionais. Isso resulta em um som bem executado e fiel às raízes do gênero, porém, oferecendo grandes surpresas e inovação. Para aqueles que são fãs das bandas citadas, Nordstahl oferece exatamente o que se espera: riffs pesados, vocais que impõe presença e uma atmosfera sombria. Para os apreciadores de metal industrial, ‘Ragnarök in Berlin’ é um prato cheio, mantendo-se fiel aos fundamentos do gênero e explorarando novos territórios sonoros.