Com uma proposta ousada e nada convencional os DropJaw Jacobites surgem nessa playlist. Fundada na enigmática Amsterdam, a banda é composta por Wave, Elvis e Vlad, três músicos que se recusam a seguir as regras do jogo. Com seu novo trabalho “Rogue Taxidermy”, eles não apenas desafiam as convenções, mas também nos convidam a uma montanha-russa sonora repleta de surpresas.
A estética sonora dos DropJaw Jacobites é um verdadeiro caldeirão de influências. Raízes no blues distorcido se entrelaçam com ramificações de psicodelia sombria, art rock e experimentações cinematográficas. Essa mistura cria um universo sonoro único, que ecoa referências ao que Mike Patton e Scott Walker buscam em seu som. Mas não se engane, apesar das comparações, a banda possui uma identidade própria e singular.
Abrindo o álbum com “Sole of Amen”, a banda nos lançam diretamente em um redemoinho de guitarras distorcidas e batidas imprevisíveis. A faixa estabelece o tom do álbum: um blues psicodélico que brinca com os sentidos e soa como um sonho louco. “Phlegm” segue com a pegada de lisergia funky dadaísta, onde camadas de sons se sobrepõem em uma dança quase caótica, mas estranhamente harmoniosa.
“Pawn” é uma viagem sonora onde a guitarra bluesy “B52’s” se mistura a um ritmo hipnótico crescente, criando uma atmosfera densa e envolvente. Já “Ecclesiastes (Is a 12 Letter Word)” traz uma energia mais misteriosa e pitoresca, com um acordes dissonantes e vocais altamente teatrais e experimentais quase fantasmagóricos.
Em “Stram of Coitusness”, a banda apela por caipirês e sombrio , com uma melodia que sai de assustadora para divertido em diversos momentos, algo extremamente experimental e visual, faixa extremamente intrigante e que me lembrou Primus logo de cara. “Pratityasamutpada Blues” aproveita da loucura da faixa anterior e a estende em um funky blues rock interessante – essa faixa é uma das mais “normais” do disco, mas ainda sim cheia de personalidade identidade, destaca-se. De longe a melhor faixa do disco.
“Shave ‘Em Dry” retorna com uma proposta diferente das anteriores, sua melodia frenética e batida mais urbana nos joga para um campo totalmente inesperado até então, chamando para um estilo White Zombie de canção. “Palsied Moons” oferece uma pausa breve, com uma melodia mais arrastada e melancólica, a faixa que carrega a estética da anterior coloca cada nota para ecoar em um vasto vazio distorcido.
Com “Pediculosis Pubis”, a banda nos leva a um novo território sonoro, misturando desta vez abusando do industrial, o grupo apresenta uma faixa que é ao mesmo tempo estranha e fascinante misturando sons dissonância e distorção para criar um caos.
Fechando o álbum, “Dirge” é um épico sonoro que sintetiza todas as influências da banda, culminando em um clímax, a faixa lembra muito do que o Soundgarden trazia em seus discos misturando isso ao industrial e o Doom Metal. Simplesmente algo único que só o Dropjaw Jacobites pode explicar.
“Rogue Taxidermy” não se limita a ser ouvido; ele precisa ser experienciado. Cada faixa é uma peça de um quebra-cabeça surreal que os DropJaw Jacobites montaram com maestria. Se você busca algo que desafie suas percepções e o leve a uma jornada sonora única, este álbum é a escolha perfeita. Prepare-se para ser transportado a um mundo de psicodelia, e a música se torna uma experiência visceral e inesquecível.