Resenhas

Seven Wishes

Sometimes Julie

Avaliação

9.0

‘Seven Wishes’ é uma obra-prima que mergulha profundamente nas nuances do rock’n’roll, oferecendo uma experiência musical hipnotizante e envolvente. Sometimes Julie nos conduz por um cenário oldschool, sensual e aconchegante em sete faixas que cativam a imaginação e a emoção. A música de Sometimes Julie é um lembrete do grande rock’n’roll dos os anos 70 e 80, voltado para o southern rock, blues, country e hard rock, criando uma abordagem emocional.

 

Sometimes Julie é formado pelos cantores e compositores Monica Sorenson e Rick Walker, que desde 2014 vem lançando trabalhos notáveis e conquistado uma base de fãs internacional que demonstram sofisticação de suas músicas. Há simplicidade e perfeição juntas que tornam o som mais delicado e grandioso. Sometimes Juli entrega um caldeirão rodopiante de guitarras rítmicas e energia sônica impulsionada pelo groove. Com esse disco provam que seguem com a ideologia artística, ousada e cativante, junto com o som penetrante e peculiar, que traz uma atmosfera sonora nostálgica ao mesmo tempo que exala um frescor sincero graças a energia jovial e mente visionária.

Embora não seja um álbum conceitual em si, ‘Seven Wishes’ revela um tema coeso. Quer seja por amor, cura, liberdade, entusiasmo, sucesso, aceitação ou redenção e percebemos isso logo na primeira faixa, “Wish on the Wild Side”, percebendo aonde querem chegar, entregando um choque elétrico de paixão mesclado com uma atitude destemida, onde provam que são uma banda em constante avanço, com atmosfera nostálgica do southern rock, com toque bem regional e guitarras a lá Blackberry Smokemas, mas ainda assim com o toque único. A música seguinte, “Burning to be Free”, mostra o lado multifacetado remetendo também a tons de Alanis Morissette – os vocais de Monica Sorenson nesta faixa tem os timbres de Alanis, o que nos cativou. Essa faixa traz um sentimentalismo e desejo de liberdade excitante. Criando uma vibe majestosa para amantes deste estilo, este disco mostra o quanto Sometimes Julie adora dobrar e moldar gêneros musicais com sua atmosfera nostálgica e empoderada. Esta é a minha preferida, pelo sentimentalismo e profundidade.

Subindo impecavelmente na ordem musical com seus riffs em camadas com seções de metais e arranjos nostálgicos, seu som está amadurecendo em algo único, o que pode ser visto em “If I Sad”, e logo perceberá a nítida influência de hard rock anos 70, mantém o espírito do puro rock’n’roll sentimental e exala técnica e talento – por isso adorei Sometimes Julie, eles misturam diversas referências inusitadas para criar seu som, bem ao estilo que eu gosto pessoalmente. “Missed The Boat” é uma fusão fervorosa e expressiva, uma satisfação conceitual de uma mistura eclética de ideias. Começa com um lick de guitarra distorcido que é compacto e suave, nostálgico e surpreende com um saxofone apaixonante, com um refrão que entra facilmente em nossa mente e uma energia que nos faz viajar.

“Don’t Take What’s Not Yours” destila a melancolia penetrante e intimista com uma atmosfera mais envolvente, onde os riffs são dançantes mas mantem o ambiente denso com um solo bem sentimental, lembrando clássicos de Led Zeppelin e  Thin Lizzy – mas há algo que soa como a bela banda Lucifer. Com uma genialidade por trás dessa criação absurda e ousada, é a música perfeita para rádios.

Uma melodia cativante e atraente com um arranjo musical genuíno é sentida na faixa “Nowhere to Go”, sendo a música que leva o ouvinte aos limites do desconhecido de uma forma prazerosa e impossível de descrever – é preciso ouvir e sentir por si só esse momento, pois os vocais cantam de forma teatral e penetra no ouvinte de uma forma única. Injeta em nossa mente a mensagem, fazendo o ouvinte entrar nessa imersão, trazendo a sonoridade cativante e apaixonante do country rock. Fechando o disco, “Fool’s Wish” coloca fim a essa viagem maravilhosa, mas despertando a vontade de apertar o play novamente e embarcar nesse mundo criativo do Sometimes Julie – que embora seja uma sonoridade simples e típica, há toda a emoção e perfeição que a dupçla conseguiu colocar. O disco encerra destilando a nostalgia e exalando sentimentos, onde o ouvinte irá se identificar com alguma canção.