Resenhas

Sunesthesia

Sunroad

Avaliação

7.5

Sunesthesia é o álbum de número nove da discografia do Sunroad, essa banda originária de Goiânia, que já pode ser chamado de veterana, afinal de contas, eles já estão beirando os 30 anos de história.

O sucessor de “Walking the Hemispheres” (2021) foi lançado recentemente e é o segundo álbum a contar com o vocalista francês Steph Honda. Lançado pela Deck Entertaiments, “Sunesthesia” foi produzido por Fred Mika e Netto Mello, além de contar com a masterização assinada por Michael Voss.

Para quem não conhece a banda ou não é familiarizado com o Hard Rock/ AOR praticado pelo quinteto, eles já se apresentaram ao lado de nomes consagrados como Narnia, Joe Lynn Turner, Stryper, White Cross, L.A. Guns, Doggie White, Petra, entre outros. Então, eles souberam explorar bem as melhores referências do estilo que abraçaram.

O álbum conta com convidados de peso: os vocalistas Ronnie Romeo (Rainbow, Michael Schenker Group) e Carl Dixon, o tecladista Michael T. Ross (Lita Ford, Hardline), o guitarrista Rafael Milhomem, o baixista Ronnie Robson (Hollywood Monsters). Com esse time, é muito improvável que a empreitada dê errado.

Colocando a bolacha para rolar, temos 54 minutos em 11 faixas autorais e mais uma versão para “Only my Soul“, do Whitesnake. O álbum começa muitíssimo bem com a Hard ‘n’ Heavy “Speed Warming #1“, onde temos a impressão de estarmos diante do Judas Priest brasileiro. E quem pensa que a pegada do play será essa do início ao fim, se engana, pois logo os caras retornam ao Hard Rock, com os dois pés no AOR. Tudo aqui é bem tocado, as composições são bem feitas, as melodias têm sincronia, mas é um estilo bastante nichado, vai agradar, no geral, somente aos fãs do estilo.

Outros bons momentos do álbum são as faixas “Drown“, que nos faz viajar aos anos 1980 ao mesmo tempo que mantém uma roupagem moderna; “Screen Screw” também me chamou bastante atenção pelo peso e lembra um bocado a parte stoner praticada pelo Soundgarden, e “We Watch the Sparks Fly” combina bons riffs com melodias bastante agradáveis.

A produção é capricadissima, deixou todos os instrumentos perceptíveis e em nada fica a dever ao que é feito fora do Brasil. Os músicos, muito competentes e sabem o que estão fazendo e o vocalista Steph Honda tem um timbre muito bom. A capa também traz uma imagem bem bacana de um ambiente rústico, uma modelo e ao centro, uma cadeira de salão de beleza. É bem simples, mas muitas vezes a simplicidade faz toda a diferença.

Temos um bom disco, e como já dito mais acima, vai agradar em cheio aos fãs do bom Hard Rock. Quem não é chegado, pode passar longe. Mas uma coisa é inegável, gostando ou não do estilo, a gente há de convir que os caras são bastante acima da média naquilo que se propõem a fazer. E com o selo Made in Brazil.