Resenhas

Sunset Trajectory (East Edition)

Atomic Youth

Avaliação

8.0

Atomic Youth, uma bandade quatro personagens virtuais da Inglaterra – que logo nos faz imaginar algo como Gorilaz -, emerge com seu aguardado álbum de estreia ‘Sunset Trajectory (East Edition)’, trazendo uma sonoridade direta, que vai agradar especialmente os fãs do estilo mais tradicional até os mais moderno do gênero. O projeto se espalha por paródias da indústria musical, entrevistas simuladas, um site que parece ter sido hackeado por idiotas da aldeia e, aparentemente, um videogame, além de avisarem que,  ninguém se lembra da primeira edição desse disco, exceto os magos. Atomic Youth combina suas diversas influências em um som dinâmico e explosivo e entrega uma performance densa e brutal em todas as 7 faixas do disco. Com uma combinação engenhosa de passagens metalcore, progressivo, rock alternativo e eletrônico, cada faixa deste álbum mergulha o ouvinte em um mundo exuberante e sombrio, repleto de esquisitices.

A abertura com o prelúdio “Auntie Gravity ” é um convite para o mundo pesado, esquisito e profissional (embora á primeira vista pareça algo totalmente despretensioso) de Atomic Youth, com riffs pesados e vocais computadoriados, já mostrando logo de cara para que a banda veio.

A canção seguinte, “Zephirus Eek” mantém o ritmo cadenciado e grave, emulando o som gordo e agressivo do metalcore, mas mas com o toque melódico do progressivo. Uma faixa muito sentimental e com uma melodia que nos vicia. Sem dúvidas, é a faixa mais experimental do disco, com riffs e bateria bem técnicos, perfeito para fãs mais exigentes.

Em “Yamaguchi Super Slash” o tom agressivo característico do metalcore continua, bem como toda a técnica. Um ponto interessante é o detalhe de ouvirmos os trastejos dos dedos escorregando nas cordas distorcidas, que criam ruídos agudos e enfatizam ainda mais a violência do som. Esta é a faixa também traz sons modernos que mesclam a ideologia v8irtual da banda, onde é possível perceber a influência oldschool no hardcore e jogos de videogame. A banda nova que soube abraçar a modernidade e criar um ambiente moderno mas não deixa de lado a técnica e nostalgia do metal progressivo – e se prestar bem atenção, há até influências do trip hop. Há muita técnica no som também, com os clássicos breakdowns que vem ganhando notoriedade.

A únca parte ‘falada’ é o prelúdio e a faixa Wyrd Salad (Woruldcandel Interlude)”, que como o nme já diz, é um interlúdio que faz criar todo um contexto, apresentando um universo multimídia estilizado que mescla música, arte visual e mitologia.

A “While” continua a brutalidade e explode de agressividade e riffs sinuosos que vêm e voltam e convidam a todos para bater cabeça. Aqui sentimos muita influência do metal moderno nos riffs – puro suco do metalcore, uma tempestade sonora. Mas a canção também entrega momentos memoráveis com a mudança de ambiente, onde somos surpreendidos com a influência do trip hop em som mais experimental, onde o clima abaixa e entra algo como trilha sonora de filmes sci-fi, mantendo o clima denso. Logo em seguida, somos surpreendidos com a volta do peso para criar um som mais acessível e memorável.

“Uranium Falcon” mantém o ritmo, provando que a guitarra é um dos elementos centras, com técnica, riffs que brincam e dedilhados rápidos – imagina um show desse guitarrista. Para encerrar, “orz” entrega vocais assombroso, sintetizadores e a brutalidade mas com riffs ritmicos e bem melódicos. mantendo o som denso e pesado, e a energia moderna que já é assinatura do Atomic Youth. A faixa explode em mudanas de ritmos que prendem atenção, onde a banda coloca até características do hip hop com riffs sinuosos que vem e voltam e convidam a todos para bater cabeça, exalando muita técnica nos instrumentos, quebras que lembram metal moderno e uma imensidão de jovens que souberam utilizar a técnica clássica mas incorporar tons modernos. Esse álbum vem com um ritmo que nenhum fã do estilo poderá colocar defeito.

No entanto, é importante notar que Atomic Youth se aventura muito além dos limites do estilo tradicional de metalcore – ou de qualquer estilo musical. O grupo não pisa no freio quando o assunto é criar melodias mais inovadoras e não convencionais. Isso resulta em um som bem executado, fiel às raízes do gênero, mas com com inovação. Para aqueles que são fãs do estranho, do inusitado, fora do padrão, Atomic Youth oferece exatamente o que se espera: muita técnica, mudança de ambiente, inovação e sem medo de utilizar instrumentos como bem entender sem medo de explorar novos territórios sonoros.