Resenhas

Symphony of Good And Evil

Hevilan

Avaliação

9.0

Symphony of Good and Evil é o segundo álbum dos paulistanos do Hevilan e que encerra o hiato de oito anos sem lançamentos desde o debut, The End of Time. A banda conta com o guitarrista Johnny Moraes, conhecido do grande público por ter feito parte da formação que tocou com o vocalista Warrel Dane nos seus últimos anos de vida, irá soltar o novo play, dia 19 de março via Brutal Records. No Brasil será lançado pela Voice Music.

Foram utilizados três estúdios para a concepção deste play: a bateria foi gravada no Loud Factory; as guitarras e o baixo foram gravados no Johnny e Biek’s Lair, enquanto que os vocais foram gravados no Batera’s Beat. A produção ficou a cargo do baixista Biek Yohaitus, enquanto que a mixagem se deu na Alemanha, assinada por Lasse Lammert, que havia atuado em “Shadow Work”, o álbum póstumo de Warrel Dane.

Symphony of Good and Evil” é um disco conceitual, que trata dos conflitos entre o bem e o mal do ser humano. E honrando o título, o play que tem o Heavy Metal como proposta e direcionamento, é cheio de sinfonias, com as participações de três convidados especiais: a cantora lírica Negravat, do ator e cantor Rodriggo Guabiraba e do cantor e dublador Claus Xavier. Vamos então sem mais delongas conferir cada uma das doze faixas que compõem a bolacha.

Dark Paradise” abre muitíssimo bem o play trazendo riffs de guitarra altamente complexos, mostrando porque Johnny Moraes é um dos melhores guitarristas da cena na atualidade. “Rebelion of the Saints” é bem Prog Metal e tem um clima interessante. Nesta faixa, temos a presença de um coral que dá as caras na intro e no refrão e o destaque é a bateria de Rafael Dyszy, que traz seu cartão de visitas e proporciona um ótimo dueto com a guitarra.

Great Battle” tem momentos de bastante agressividade, alternada com outros que nos remetem a bandas como o Deram Theater/ Symphorce/ Pain of Salvation, com riffs pesados e muito técnicos. “Here I am” tem um andamento mais cadenciado, porém é muito pesada e conta com mais riffs que dão conta do recado. 

Chega a vez da balada com “Always in my Dreams”, uma música carregada de feeling e muito melódica. Porém, o peso ainda dá as caras, ainda que timidamente, no refrão. O solo, muito bem executado é o grande destaque. A música a seguir se chama “Devil Within” e é dividida em duas partes: a primeira, chamada “Evil Approaches”, é bem atmosférica, com riffs medonhos e ela funciona como um rito de passagem para a segunda parte, chamada “Hammer of the Gods”, que tem um baita vigor, acompanhada de um peso que impressiona. O baixo de Biek Yohaitus ajuda a deixar a faixa mais pesada.

A segunda balada do play chega com “Waiting for the Right Time”. Balada que no refrão meio que se desgarra e tem breves momentos de Metal, incluindo uma ótima performance do bumbo duplo de Rafael Dyszy, sem falar nas suas viradas, que parecem não ter muito a ver com o clima da música, mas ficaram bem legais.

As quatro faixas que compõem a faixa título e encerram o play de maneira épica: a primeira parte, chamada “Revelation” é uma grande sinfonia que serve de abertura para a segunda parte, chamada “Dark Ages”, que tem uma pegada bem Prog, com ótimas linhas de baixo e mostram um Johnny Moraes inspiradíssimo. Boa parte dessa faixa é instrumental e em alguns trechos há a inclusão do coral composto pelos cantores convidados, que dá à faixa um clima de filme passado na idade média. Sensacional. A terceira parte é composta pela extremamente pesada “Song of Rebellion”, com seus sete minutos de duração, sendo assim, a mais longa do play, combina peso e melodia. E a faixa derradeira, “Epilogue”, mais sinfonia em pouco mais de um minuto para que o ouvinte faça uma viagem no tempo, sentindo se no século XVI.

Após quase uma hora de audição, fica a impressão de que Symphony of Good and Evil é um excelente álbum. Em muitos momentos, o som é bem progressivo, com toques modernos. Em outros, principalmente na parte final, lembra o que é praticado pelas bandas de Metal sinfônico da Escandinávia. Eles não reinventaram a roda, mas fizeram a parte que lhes cabia com uma competência monstruosa.

Como o disco ainda não saiu, não temos acesso ao material físico para que possamos avaliar a arte gráfica. Mas a parte sonora e a produção ficou muito bem caprichada, Obviamente que ainda é cedo para ser categórico na afirmação, mas o Hevilan lançou um play que vai brigar para fazer parte das listas de melhores do ano entre as bandas nacionais. E isso nos enche de orgulho porque se trata de um trampo brasileiro.

Faixas:

01 – Dark Paradise
02 – Rebelion of the Saints
03 – Great Battle
04 – Here I am
05 – Always in my Dreams
06 – Devil Within “Part I Evil Approaches”
07 – Devil Within “Part II Hammer of the Gods”
08 – Waiting for the Right Time
09 – Symphony of Good and Evil “Part I Revelation”
10 – Symphony of Good and Evil “Part II Dark Ages”
11 – Symphony of Good and Evil “Part III Song of Rebellion”
12 – Symphony of Good and Evil “Part IV Epilogue”

Formação:

Johnny Moraes – guitarra
Biek Yohaitus – baixo
Alex Pasquele – vocal
Rafael Dyszy – bateria

Participações especiais:

Negravat – vocal (coral)
Rodriggo Guabiraba – vocal (coral)
Claus Xavier – vocal (barítono)