Resenhas

Synchro Anarchy

Voivod

Avaliação

8.0

Após quase quatro anos e uma pandemia, o Voivod nos brinda com mais um disco. Synchro Anarchy é o décimo quinto álbum da discografia destes canadenses, que no ano passado completou 40 anos de atividades sem interrupções.

Trata-se do terceiro disco da banda lançado pela Century Media, que acaba de sair do forno: lançado no último dia 11, “Synchro Anarchy” foi gravado e mixado no “RadicArt Studios“, em Quebec, Canadá enquanto que a masterização aconteceu na Califórnia, mais precisamente no “Maor Appelbaum Mastering“.

A produção foi assinada por Francis Perron e a arte da capa é de autoria do baterista Michel “Away” Langevin. Este álbum é o primeiro desde “Infini” (2009) onde a banda repete o mesmo lineup do disco anterior. Com menos de um mês de lançamento, o play já brilha nos charts pelo mundo, ocupando a sétima posição nas paradas alemãs e britânicas, sendo esta última, na subcategoria de álbuns de Rock e Metal. A ansiedade é gigante, então vamos colocar o play para rolar e conferir o que os canadenses nos deram.

Paranormallium” é a faixa de abertura e traz uns riffs sombrios em sua introdução e a música se desenvolve mais puxada para o Metal Progressivo, embora ganhe contornos mais Thrash Metal ali pelo meio. Destaque para o excelente trabalho do baixista Rocky. Linda abertura. A faixa título segue navegando pelos mar a do Progressive Metal, onde os músicos exploram muito bem suas técnicas.

Planet Eaters” mantém o Prog em alta, tendo novamente o baixo de Rocky assumindo o protagonismo e soando mais pesado até mesmo do que a guitarra de Chewy, que fez também um bom trabalho aqui, sobretudo no belo solo. Em algumas passagens, percebemos a influência do Dream Theater. “Mind Clock” começa densa e com um andamento bem arrastado, porém, descamba para o Thrash Metal no meio, com ótimos riffs nervosos, o que vai agradar ao fã da fase mais antiga da banda, que vai poder banguear com vontade enquanto a banda vai alternando o andamento. Disparada a melhor faixa do play.

Sleeves Off” é mais radiofônica, com bons riffs e em algum momento a bateria de Away ganha uma pegada mais Thrash Metal, que destoa do restante dos instrumentos, mas até que ficou legal. A metade final do disco se inicia com “Holographic Thinking“, a faixa mais longa, com seus mais de seis minutos de riffs hipnotizantes e é bem psicodélica. Apesar da boa performance do baterista Away, sobretudo no bumbo duplo, a música é um pouco abaixo das anteriores.

Mas felizmente “The World Today” conserta o equivoco da faixa anterior. Toques de modernidade são a tônica dessa faixa, que é bem divertida. “Quest for Nothing” tem um Away inspirado na bateria, com belas viradas em seu kit durante a introdução. Durante sua extensão a música se desenvolve maravilhosamente bem, com mais contornos Thrash Metal. Nada que os faça retornar aos primeiros anos de atividades, mas o suficiente para colocá-la entre as melhores do disco.

Memory Failure” é o ato final do play e traz de volta uma atmosfera sombria em boa parte de sua duração. Novamente o destaque é para o baixista Rocky, que consegue dar um peso à música com sua performance. Em 47 minutos temos um álbum que não é diferente do que o Voivod vem praticando nas últimas décadas. Músicas bem tocadas e uma ou outra parte que lembre dos primórdios. O fã mais Old-School vai torcer o nariz, mas quem gosta de música bem tocada e com uma bela atmosfera, vai curtir bastante.